Assembleia aprova paralisação dia 23 de abril e indicativo de greve
22/04/2013
Com a presença de 105 docentes, a assembleia da Adufs aprovou, com poucas abstenções, na tarde da quinta (18), o indicativo de greve e a paralisação das atividades acadêmicas nesta terça-feira (23). Esta reação deveu-se ao fato de as propostas apresentadas pelo governo ainda estarem longe de atender as reivindicações dos docentes. Mesmo considerando que elas representam um avanço nas negociações, fruto da estratégia política correta em pressionar o governo, os professores entenderam que ainda há um caminho a ser percorrido para que elas sejam melhoradas em relação ao que é reivindicado.
No debate, por diversas vezes, foi citado o discurso falacioso do governo quando diz que não tem recursos. Ao mesmo tempo, reafirmou-se que a mobilização precisa ser intensificada, em particular ampliando as ações de denúncia de modo que o governo recue na insistência em manter a incorporação do restante da CET até 2014, quando a reivindicação é de que aconteça ainda em 2013. Também com relação ao reajuste de 28%, na discussão ficou explícito que os 4%, a partir de junho de 2014, oferecidos pelo governo, é pouco, mas é um ponto de partida para se exigir um percentual maior e em um prazo menor, contrapropondo-se, agora, 14%. Este novo parâmetro sinaliza o entendimento de que é preciso acelerar a negociação. Novamente, a proposta de alterar os Incentivos por Pós-graduação (IPG), mesmo incluindo os Especialistas, foi rejeitada. Em contrapartida, deliberou-se pela criação de um Grupo de Trabalho bipartite que faça os estudos sobre a Carreira, baseando-se no Estatuto do Magistério Superior, a partir de 2014, e que seus resultados vigorem a partir de 2015, sem prejuízos da reposição inflacionária e de outros ganhos salariais.
Do ponto de vista da mobilização, foram aprovadas: dia de paralisação das atividades acadêmicas em 23 de abril com concentração na Fundação Luís Eduardo Magalhães, no CAB, a partir das 9 horas, quando ocorrerá a sexta rodada de negociação; campanha de mídia; mais a participação na Plenária convocada pela Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), sexta-feira (19), para discutir ações relativas à indefinição do governo quanto ao reajuste linear.
Todas as deliberações da assembleia foram indicadas pelo Fórum das ADs e aprovadas, também, pelas assembleias dos docentes da Uesb, Uneb e Uesc. Embora tenha havido concordância na compreensão de que os 4% de reajuste propostos pelo governo seja um índice muito aquém do reivindicado, na Adusc e Aduneb os docentes mantiveram o índice inicial de 28%. Estes resultados demonstram a unidade do Movimento Docente, que sai mais fortalecido para o embate com o governo.
Para Emmanuel Oguri, diretor da Adufs, “a categoria conseguiu fazer com que o governo recuasse e apresentasse uma proposta. Essa ainda não é a que a gente quer, mas é um reflexo das manifestações e do indicativo de greve, por isso é importante que todos participem da mobilização do dia 23. Se o governo não atender o MD, os professores estão preparados para um movimento grevista”.