Marcha contra o Fascismo marca o Dia da Consciência Negra

18/11/2022

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O Dia da Consciência Negra, lembrado em 20 de Novembro, será marcado por um ato unificado, intitulado Marcha contra o Fascismo. O protesto político-cultural ocorrerá neste sábado (19), com concentração às 9h, em frente à Prefeitura, seguida de caminhada pelas ruas da cidade e encerramento em frente ao Mercado de Arte. O mote da mobilização deste ano é Por um Brasil com Democracia e sem Racismo, conforme estabelecido nacionalmente pelo movimento negro.

 

Para o sábado (19) estão previstas a participação de grupo de capoeira e de uma banda afro. Ainda como parte das atividades alusivas à data, será realizada no próximo domingo (20), às 8h30, uma panfletagem na feira livre da Estação Nova. A mobilização foi definida na plenária do Movimento Juntos pelo Brasil contra o Fascismo, que contou com a participação do Movimento Negro Unificado (MNU) e da Frente Negra Feirense (FRENE).

 

O Movimento Juntos pelo Brasil contra o Fascismo é composto por diversas entidades, partidos políticos e movimentos sociais de Feira de Santana, incluindo a diretoria da Adufs.  Em 2021 e 2022, o grupo discutiu e organizou importantes mobilizações contra as políticas ultraliberais genocidas do presidente Jair Bolsonaro. Os manifestantes foram às ruas da cidade em diversos momentos condenar as ameaças do governo federal à democracia; instituições públicas; direitos trabalhistas; vida da população negra; indígena e LGBTQIAP+; às políticas sociais e ambientais; condenar a morte de milhares de pessoas por conta da condução criminosa da pandemia causada pela Covid-19, entre outros ataques. Concomitantemente, os presentes aos protestos reivindicaram comida, emprego, vacina, revogação das reformas Trabalhista e da Previdência; Reforma Agrária; mais a suspensão de privatizações das empresas públicas.  Abaixo, leia algumas matérias sobre esses protestos. 


https://www.adufsba.org.br/noticia/5081/ato-pro-democracia-rechaca-ataques-de-bolsonaro-ao-processo-eleitoral-brasileiro-e-avanco-da-carestia-


https://www.adufsba.org.br/noticia/5024/manifestantes-protestam-contra-bolsonaro-durante-passagem-do-presidente-em-feira-de-santana


https://www.adufsba.org.br/public/noticia/4856


https://www.adufsba.org.br/noticia/4678/atos-antirracistas-marcam-mais-um-protesto-fora-bolsonaro-em-feira-de-santana


https://www.adufsba.org.br/noticia/4613/protestos-contra-o-governo-bolsonaro-reforcam-convocatoria-para-o-dia-15-de-novembro


https://www.adufsba.org.br/noticia/4590/diretoria-da-adufs-participa-do-protesto-marcado-para-2-de-outubro-contra-o-governo-bolsonaro


https://www.adufsba.org.br/noticia/4578/grito-dos-excluidos-e-excluidas-reivindica-o-direito-a-vida-e-%22fora-bolsonaro%22



Desigualdades

Em função da luta e resistência do povo negro, houve importantes avanços no Brasil, nos últimos anos. No entanto, as pessoas brancas concentram os maiores índices econômicos e sociais, enquanto negros continuam em situação de vulnerabilidade, com menor acesso a emprego, saúde, educação, segurança e moradia, por exemplo. A situação se agravou ainda mais sob o governo racista de Bolsonaro, que aprofundou as desigualdades raciais e perpetrou o genocídio do povo negro.

 

Segundo o estudo: Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE), divulgado em novembro deste ano, em 2021, a proporção de pessoas pobres no país era de 18,6% entre os brancos e 34,5% entre os pretos; a taxa de desocupação foi de 11,3% para a população branca e 16,5% para a preta; e o rendimento médio dos trabalhadores brancos foi R$3.099, enquanto o de negros era R$1.764. Quando observado o recorte por nível de instrução, a desigualdade se repete. As pessoas brancas com ensino superior completo ou mais ganharam em média 50% a mais. Ainda de acordo com o estudo do IBGE, 19,7% das pessoas negras residiam em domicílios sem documentação da propriedade, enquanto as brancas eram 10,1%. Em 2020, houve 49,9 mil homicídios no país, ou 23,6 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas brancas, a taxa foi de 11,5 mortes por 100 mil habitantes. Entre as negras, foi de 21,9 mortes por 100 mil habitantes.

 

Na Bahia, a estrutura racista também vitima a população negra em diversas áreas. Sob o governo Rui Costa, essa população tem sido dizimada. Segundo o boletim Pele alvo: a cor que a polícia apaga, publicado pelo Observatórios de Segurança na quinta-feira (17), de 616 pessoas mortas em decorrência de intervenção de agentes do Estado em 2021, 603 eram negras. O número representa 97,9% dos casos. O percentual é o maior entre os sete estados monitorados pela Rede.

 

Os dados reafirmam a necessidade de no mês de novembro, mais do que memorar as conquistas, discutir estratégias para o enfrentamento do racismo e fortalecer a luta antirracista. Nessa perspectiva, é importante que todas (os) compareçam às atividades do próximo sábado (19) e domingo (20). Assim, está dado mais um passo para derrotar o bolsonarismo nas ruas, cujas ações e discursos, que vão na contramão da igualdade racial, reforçam o racismo estrutural do país e perpetuam as desigualdades e as relações de poder.

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