Debate utiliza música para estudo da cultura africana

04/12/2012

Tratar a música como elemento determinante para pensar a sociabilidade e a representação de sentidos de pertencimento. Esse foi o assunto que centralizou as discussões da Roda de Conversa Musicalidade negra na (da) Bahia, realizada pela Adufs para lembrar o dia 20 de Novembro, data que faz referência a resistência do negro à escravidão.

Segundo o professor Antônio Jorge dos Santos Godi (Dchf), que juntamente com a professora Ivanilde Guedes de Mattos (Dsau) compôs a mesa, a proposta é discutir de que forma a música pode ser utilizada para resgate de algumas tradições, como o samba baiano e o jazz, por exemplo, e de outros formatos musicais que têm origem na cultura afro-descendente.

“A música serve como bandeira identitária. Precisamos entender a música enquanto elemento de agregação e legitimação de uma cultura até então submetida e que, a partir do século XX, os segmentos negros da diáspora conseguiram fazer com o que ela seja um elemento mais determinante da luta da construção de símbolos identitários”, disse Antônio Jorge.    

A professora Ivanilde Guedes de Mattos falou sobre o pagode baiano e o currículo escolar. A proposta da educadora foi discutir de que maneira a musicalidade negra emerge como um complemento curricular e como pensar a educação das relações étnico-raciais no ambiente escolar.  

“O pagode baiano é um fenômeno de cultura urbana, que tem raiz na periferia e é produzido pela população negra. Tenho buscado refletir sobre a letra, a performance, a dança e o ritmo da música e buscar quais elementos traz esse discurso, enquanto uma narrativa que fala de memória e tradição”.

A Adufs promoveu a Roda de Conversa Musicalidade Negra na (da) Bahia no dia 27 de novembro, na Uefs.

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