Manifestantes agredidos pela PM após marcha em defesa da educação pública

17/06/2016

Manifestantes da marcha em defesa da educação pública, ocorrida em Brasília, foram vítimas de mais uma operação truculenta da Polícia Militar (PM). Ao final da mobilização, na tarde de quinta-feira (15), os policiais agrediram estudantes e professores, entre eles o diretor da Adufs, Edson do Espírito Santo, que foi detido e levado à 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal por suposto crime de desobediência.

A agressão policial aconteceu quando os manifestantes já se aproximavam do local onde estava o ônibus da delegação da Bahia, a cerca de 500 metros do Ministério da Educação (MEC), para retornar ao alojamento do II Encontro Nacional da Educação (ENE). Neste momento, foram surpreendidos pelos gritos de alguns estudantes que corriam em direção ao veículo. Alguns deles, inclusive uma aluna da Uefs, teve a mochila apreendida pela PM durante a correria.

Preocupado com a integridade física dos componentes da delegação, o diretor da Adufs tentou conversar com os policiais, mas foi covardemente agredido com spray de pimenta e por um empurrão que o levou ao chão. Caído, foi pisoteado pela PM, algemado e levado à 5ª Delegacia, onde prestou depoimento e permaneceu até às 19h. A liberação do diretor, que sofreu escoriações, ocorreu após o apoio jurídico de uma docente e advogada do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

Ao sair da delegacia, Edson do Espírito Santo foi ao Instituto Médico legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. Um estudante e o professor do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Reinaldo Martins, também foram conduzidas à DP. Outros dois estudantes acusados de dano ao patrimônio público foram encaminhados à Polícia Federal, de onde saíram após longa espera. A assessoria jurídica do Andes-SN também prestou apoio jurídico aos envolvidos na agressão policial.

Para a diretoria da Adufs, a atitude da PM foi covarde e coercitiva e reitera a constante tentativa do governo de criminalizar os movimentos sociais, que cada vez mais têm conseguido convocar diversas categorias de trabalhadores e estudantes a usarem as ruas como ferramenta de pressão em defesa de uma sociedade justa e igualitária e de denúncia sobre os desmandos dos governos contra o setor público e a classe trabalhadora. Mesmo com a tentativa do governo de, através da polícia, intimidar e coagir as manifestações, o Movimento Docente segue forte, mobilizado e aguerrido.

"A ação truculenta e arbitrária da PM do Distrito Federal reforça a criminalização dos movimentos sociais, sindicais e de qualquer manifestação contrária ao projeto do governo, responsável pelo corte de investimentos em políticas sociais e pelos constantes ataques aos direitos dos trabalhadores. Continuaremos firmes na luta em defesa da educação pública”, reforçou o professor Edson do Espírito Santo. A assessoria jurídica da Adufs e do ANDES-SN estão acompanhando o caso para a adoção das devidas providências.

Na Bahia, a etapa preparatória ao II ENE ocorreu no mês de abril, na Uefs.

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