Governo não avança na negociação e força o MD a endurecer as ações

13/04/2015

O ato público realizado  no Centro Administrativo (CAB), na última quarta (8), por professores, estudantes e técnico-administrativos das quatro Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) contra a redução das verbas para custeio e investimento intimidou o governo a receber as categorias, que protocolaram documento com demandas específicas. A reunião, no entanto, não avançou na pauta, mas aconteceu em função da força e pressão do Movimento Docente. Diante da situação, a avaliação da deflagração da greve pode está cada dia mais próxima.

A intransigência e a recusa em discutir as reivindicações têm levado o Fórum das ADs a radicalizar as ações. Sempre disposto ao diálogo, no entanto, encaminhou algumas propostas em mais uma tentativa de extrapolar todas as formas de negociação antes de deflagrar o movimento paredista. Em reunião realizada dia 9 deste mês, na Aduneb, o MD definiu que as Associações consultemas reitorias para conhecimento de como será aplicado o orçamento destinado para 2015 e do andamento dos processos de promoção, progressão e mudança de regime. A proposta é que as informações coletadas sejam utilizadas, também, na elaboração de nota pública informando a comunidade interna e externa sobre a situação financeira das Ueba. Além disso, o GT de Comunicação do Fórum indicou a elaboração do calendário de ações para a execução da campanha de mídia.

Ainda como encaminhamento do Fórum, as ADs agendarão encontros com as demais categorias e coletivos das Ueba para discutir a posição do governo. A Adufs estará com algumas entidades na próxima terça (14), às 18h, em frente à reitoria. Em se tratando do reajuste linear, foi protocolado junto à Secretaria das Relações Institucionais (Serin), na última sexta (10), documento exigindo a reposição integral da inflação do ano passado, no valor de 6,41%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor (INPC). 

Na última quinta (9), após insistência da coordenação do Movimento, o governo marcou reunião para o dia 24 de abril, às 10h , na Secretaria da Educação (SEC). Apesar de a situação orçamentária ser a pauta mais urgente, será iniciada a discussão sobre a revogação da lei 7176/2007, a desvinculação das vagas por classe docente, a ampliação do quadro e a regularização dos processos de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho. O orçamento, segundo os representantes das secretarias estaduais presentes na reunião do dia 8 de abril, não será ponto de pauta porque o Estado não possui recursos. Para piorar, os gestores, simplesmente, empurraram o problema para os reitores e sugeriram queestes fossem procurados para possíveis esclarecimentos. Logo os reitores, que já subscreveram documento elaborado pelos professores expondo o sucateamento das Uebae solicitando a ampliação de recursos para as instituições?!

O Movimento Docente está atento, mobilizado e pronto para o enfrentamento. Uma rodada de assembleias será convocada nas quatro Ueba entre os dias 4 e 8 de maio para avaliar a possibilidade de deflagração da greve e a negociação com o governo. Assembleias serão realizadas também nesta semana para que a categoria se informe de toda a situação e vote, ainda, a paralisação das atividades, na próxima quarta (15), pelo Dia Nacional contra o PL 4330 e MPs 664 e 665. Para marcar a data indicada pela CSP Conlutas, a Adufs fará panfletagem e ato público em frente à prefeitura, partir das 9h. Uma assembleia será realizada na terça (14) para avaliar a paralisação das atividades acadêmicas no dia da mobilização.

TENTATIVA DE CONFUNDIR A SOCIEDADE

O discurso de que “de 2007 a 2015, o governo ampliou em mais de 145% o orçamento para as quatro universidades estaduais”, conforme divulgação de nota, tem sido utilizado constantemente para justificar a dificuldade em negociar o aumento da verba destinada às instituições. A prática, novamente retomada em reunião reivindicada por entidades representativas de professores, estudantes e técnico-administrativos das quatro Ueba, na última quarta (8), frustrou mais uma tentativa de discussão da crise financeira.

Indignados com a proposta do governo de tentar enrolaro MD e confundir a sociedade, os docentes justificaram que os valores aumentaram em função da política de expansão das universidades, criadas em condições inadequadas para funcionamento. Além disso, reforçaram que a negociação salarial com a categoria, em 2012, um direito do trabalhador, representou um aumento na folha de pessoal e, portanto, no orçamento das universidades.

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