Assembleia da Adufs aprova por unanimidade paralisação no dia 18 de abril
05/04/2024
Em Assembleia Geral
realizada nesta quinta-feira (4), Adufs aprovou por unanimidade a realização de
uma paralisação no dia 18 de abril junto ao Fórum Baiano em Defesa do Serviço
Público e Entidades Representantes. A data será no período em que as aulas da
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) estarão suspensas em
decorrência da realização da Micareta. No entanto, foi levado em
consideração a importância da unidade na luta já que a data é um encaminhamento
do Fórum Baiano que reúne diversas outras categorias do funcionalismo público
com uma pauta comum que tem na sua centralidade o reajuste salarial e questões
relacionadas ao Planserv. Foi destacado ainda que, caso haja alguma
mudança de programação do Fórum Baiano em relação à data da paralisação - o que
não está previsto -, ela poderá ser alterada.
O elemento central
da Assembleia, que também trouxe informes específicos do jurídico, foi a discussão
acerca das tentativas de negociação com o governo que têm sido frustradas pelo
descaso do governador com a categoria. O histórico de tentativas apresentadas mostram
que, até o momento, não houve negociação. Inclusive, os próprios representantes
do Estado denominaram os encontros de 2023 de espaço permanente de diálogo. Nenhuma proposta foi apresentada.
A insatisfação
quanto à situação de professoras e professores foi, mais uma vez, evidenciada e
a resposta sobre a realização de uma greve depende neste momento do governador
Jerônimo Rodrigues e sua disposição para a negociação.
De forma autônoma e independente, a Assembleia
apontou para o avanço da radicalização na luta que deve ser avaliada e
construída coletivamente junto ao Fórum das ADs. Diversas falas apontaram
para os problemas enfrentados.
Indicativo de Greve
Outra questão importante
sobre os rumos do movimento foi resgatada e diz respeito ao indicativo de greve.
Foi rememorado que a última assembleia
realizada em novembro de 2023 (LEIA AQUI) foi encaminhada a apreciação de um
indicativo de greve para o ano de 2024. Essa proposta deveria ser remetida ao
Fórum, uma vez que, naquele momento foi avaliado que próximo ao encerramento de
semestre não fazia sentido a aprovação do indicativo, ainda em 2023. O Fórum
das ADs vem discutindo a questão e avaliando a possibilidade de realização de
uma rodada de assembleias com o indicativo de greve como ponto de pauta para
data posterior à paralisação do funcionalismo público do dia 18 de abril, caso
não haja nenhuma sinalização de negociação por parte do governo.
É importante lembrar
que, nesta quarta (3), o Fórum cumpriu ampla agenda política e dentre as
atividades realizadas estão o ato de protocolar uma solicitação de reunião, em
caráter de urgência com a secretária de Educação.
Na Assembleia,
muitas falas chamaram a atenção para a necessidade de se pautar o indicativo o
quanto antes para o avanço da radicalização e uma possível greve ainda no
primeiro semestre.
Vai ter greve?
A situação de professoras e professores das
universidades estaduais é insustentável e foi expressada em diversas falas
durante a Assembleia. Sem reajuste há mais de nove anos, amargamos perdas
salariais de mais de 40%. O poder de consumo de professoras e professores é
cada vez menor. Apesar dos dados apresentados pelo Instituto de Auditores
Fiscais que mostram que o Estado da Bahia apresentou forte recuperação da
arrecadação do ICMS no primeiro bimestre de 2024, na comparação com igual
período do ano passado, crescendo 22,32%, em valores nominais, mais de R$ 1,2
bilhão de incremento, o governo do Estado não sinalizou quanto a possibilidade
de qualquer reajuste ou reposição.
Temos docentes trabalhando em condições insalubres,
em ambientes hospitalares, laboratórios, nos consultórios nas ruas e diversos
outros espaços que oferecem riscos físicos e biológicos iminentes. Apesar
disso, o governo se nega a deferir os laudos técnicos apresentados, quando
realiza as perícias.
Mesmo com o aumento da contribuição, o Planserv
apresenta cada vez menos condições de atender as demandas do funcionalismo
público. Melhorias no atendimento não são realizadas e a marcação de consultas
para atendimentos simples e complexos são cada vez mais dificultadas. Professoras
e professores só conseguem acessar uma parte dos direitos por meio de
judicialização.
Não se trata de questões financeiras, trata-se da
continuação de uma prática política de autoritarismo e arrocho ao funcionalismo
público. Jerônimo Rodrigues, governador deste estado e professor da Universidade
Estadual de Feira de Santana, repete o que fez durante o período que esteve na
secretaria estadual de Educação: Segue à risca a cartilha do PT de virar as
costas ao funcionalismo público. A resposta sobre a existência ou não de uma
greve depende exclusivamente do posicionamento do governador e da secretária de
Educação sobre a pauta.