Governo usa repressão e PMs terminam greve

14/02/2012

Usando a mesma estratégia política, tal qual fez com as greves dos docentes das UEBA, para levar a greve na PM ao desgaste, o governo Wagner faz ameaças e propagandas enganosas e usa de práticas nada democráticas, como escutas telefônicas editadas a seu bel prazer. Obviamente, não se está aqui na defesa de quaisquer atos violentos eventualmente praticados por PMs grevistas ou por exterminadores. Apenas pontua-se o comportamento desrespeitoso e autoritário do governo, do qual os docentes foram vítimas e, com certeza, ainda poderão ser. As estratégias para desmoralizar o movimento e tentar isolá-lo como se a greve fosse um crime e os grevistas uns irresponsáveis corporativistas são típicas deste governo.

Foi neste contexto que os policiais militares findaram a greve no último sábado (11). Em nota divulgada pela Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (ASPRA), consideraram o movimento vitorioso e fundamental para mostrar à sociedade as péssimas condições de trabalho da PM baiana. Para a categoria, a greve pressionou o governo a negociar e ceder em alguns pontos, principalmente o pagamento das GAPs (gratificações), devidas desde 1997, em acordo à Lei aprovada pela Assembléia Legislativa, desrespeitada pelos governos que se sucederam de para , iniciando-se em novembro deste ano e concluindo-se em março de 2015. A revogação do decreto de prisão dos policiais e bombeiros envolvidos na ação grevista foi o ponto cedido pela categoria, que irá tentar negociar a liberação dos PM presos por via judicial.

Os policiais ressaltam na nota a intransigência do governo Wagner, conhecida do movimento docente. “Repudiamos a forma autoritária e ditadora do Governo da Bahia, que de forma truculenta e autoritária, lacrou a Sede da ASPRA-BA, assim bem como a sua conta bancária. Episódio visto antes durante a Ditadura”, destacam. O documento é encerrado com um agradecimento ao apoio da sociedade e a afirmação de que a luta por melhores condições de trabalho e respeito continua. A Adufs divulgou sua solidariedade ao movimento em nota paga dia 07 de fevereiro (ver aqui).

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