Chapa Gueto concorre às eleições para o DCE da UEFS que terá início no próximo dia 17 de maio
10/05/2022
Reunidos, alguns dos membros da chapa discutem o pleito / Crédito: Chapa Gueto
Nos próximos dias 17,18 e 19 de maio serão realizadas as Eleições para o
Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Feira de
Santana (UEFS). Após mais de dois anos de pandemia, o DCE está em processo de
reestruturação e as eleições devem trazer de volta o caráter combativo e
independente que, historicamente, os/as estudantes protagonizam na construção
da universidade por meio de enfrentamentos para assegurar os direitos dos/das
discentes, sem se furtar das lutas relacionadas aos demais integrantes da
comunidade acadêmica, principalmente, contra o sucateamento da universidade.
A Chapa única que concorre ao DCE neste ano, chama-se Gueto, em
referência aos locais de origem dos/das integrantes, como é explicado pelo
grupo que busca ressignificar esses locais de exclusão social, como espaços de
transformação conectando diretamente a pautas sociais que não se restringem aos
muros da universidade. Refletir e discutir a cidade é uma das propostas da
Gueto.
O princípio da inclusão já se apresenta na construção da Diretoria. A
Chapa Gueto enfatiza que esta é uma construção coletiva que não deve se
restringir à nominata registrada; a expectativa é de que mesmo aqueles e
aquelas que não estejam concorrendo aos cargos, participem das tomadas de
decisão, para além dos momentos de assembleia.
Diante dos avanços autoritários registrados no país, os/as integrantes
da Gueto defendem uma maior politização de jovens e deixam evidente que têm lado, o da defesa
irrestrita da democracia, que neste momento, representam o combate ao
bolsonarismo: “Acreditamos que é necessário um movimento estudantil combativo e
que paute um processo de politização e radicalização política dentro da
juventude Brasileira, pois só através disso conseguiremos impedir o avanço do
fascismo, os ataques contra a educação pública e uma derrota efetiva de
Bolsonaro e do bolsonarismo”, afirmam.
A crítica à conjuntura política apresentada pela chapa vai além da
esfera federal. A Chapa Gueto expõe o governo Rui Costa nas suas tentativas de
se passar por “progressista” enquanto ataca as universidades, não dialoga com docentes,
além de não atualizar políticas de permanência para os/as estudantes. A Chapa
denuncia que o programa Mais
Futuro ficou mais de dois anos sem abrir edital para a entrada de novos/as
discentes. Para além disso, o caráter violento que caracteriza a gestão de Rui
Costa é destacado pela Chapa: “É
importante lembrar que o governo do estado tem uma polícia que é uma das
que mais mata pobre e preto no Brasil, e esse modelo de militarização,
defendido inclusive para as universidades, é defendido por Rui Costa e precisa
ser derrotado”, afirma.
A violência política do governo municipal, com os episódios recentes de
violência contra trabalhadores e trabalhadoras da educação, é destacado pela
Gueto como políticas que devem ser combatidas de perto pelo DCE, que colocam
como pautas prioritárias a curto prazo:
“A reorganização imediata do movimento estudantil da universidade; A questão do
RU da UEFS, haja vista o processo desumano que os estudantes têm passado para
acessá-lo vide a fila e os valores que aumentam inversamente proporcionais à
qualidade do restaurante; O engajamento do DCE enquanto instituição e
mobilizador da universidade nas causas que afetam a cidade de Feira de Santana;
o estabelecimento de uma base de atuação que una os cursos da universidade em
torno da construção de uma universidade no gueto e para o gueto”.
A reestruturação dos Diretórios Acadêmicos (DA’s) por meio da
conscientização dos/das estudantes é uma das maiores dificuldades que devem ser
enfrentadas pela gestão, se eleita; é o que analisam os/as integrantes da
Gueto: “Justamente esse processo de conscientização dos estudantes sobre o
nosso papel no enfrentamento aos ataques que nós sofremos, além de tudo um
desafio que teremos será a reestruturação DA’s. Acreditamos que é fundamental o
papel do DCE ajudar os estudantes a reestruturar os DA’s que estão sem gestão
ou com gestão temporária”.
Confira a íntegra da entrevista concedida pelos/as integrantes da Chapa
Gueto que concorrem às eleições da gestão (2022-2024) do DCE da UEFS e veja a nominata
da Chapa, as propostas de reestruturação do movimento estudantil da
universidade e perspectiva do grupo para a UEFS.
Leia a entrevista.