Adufs comemora 41 anos com debate sobre autonomia sindical

04/05/2022

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A Adufs completará 41 anos de lutas e conquistas no dia 14 de maio. Sempre empenhada na defesa da educação pública superior e, concomitantemente, atenta às demandas apresentadas ao conjunto da classe trabalhadora pela conjuntura nacional e internacional, a diretoria fará uma discussão sobre o tema: A autonomia e independência dos sindicatos frente à conjuntura das Eleições 2022. A atividade ocorrerá no dia 26 deste mês, às 16h30, no Anfiteatro do Módulo II. Estarão à mesa, como debatedores, a professora da Uefs e ex-diretora da Adufs, Gracinete Bastos, além de Milton Pinheiro, presidente em exercício do Andes-SN, professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e durante algumas gestões diretor da associação dos docentes da universidade (Aduneb).

 

Para a diretoria da Adufs, diante da disputa de candidatos à presidência da República, governos e casas legislativas do país, em outubro de 2022, a discussão sobre o papel dos sindicatos, sempre pertinente, torna-se ainda mais urgente. O contexto pré-eleições leva muitos partidos políticos e/ou candidatos a utilizarem a estrutura sindical como base eleitoral para a angariação de votos, apropriação das bandeiras de luta das categorias a fim de captar eleitores, entre outros objetivos eleitoreiros que não representam os interesses dos trabalhadores. Além disso, há tentativas de sufocar reivindicações independentes e que estejam fora do campo institucional.

 

Uma outra realidade que exigirá resposta dos sindicatos e que se soma à conjuntura das eleições é a de constantes ataques aos trabalhadores, agravados pelo governo Bolsonaro; e as consequências do nefasto projeto bolsonarista de destruição das políticas públicas sociais e ambientais. Em se tratando da Bahia, ainda são constantes as investidas do governo Rui Costa contra os servidores públicos estaduais e, consequentemente, contra o conjunto da população por eles atendida.

 

A Adufs, que se consolidou a partir da autonomia financeira, política e administrativa em relação a partidos políticos, governos e reitorias e, ao longo de quatro décadas, tem se pautado pelo princípio da prática democrática no que se refere às decisões da categoria, deliberadas após discussão conjunta e coletiva, entendem que o debate marcado para o dia 26 de maio irá reforçar a necessidade de manter a independência do sindicato para que ele seja livre de concessões e de atrelamento político. “Independentemente do resultado do pleito, em outubro de 2022, teremos luta. O que temos no cenário nacional por parte dos partidos com chances de ocupar cargos são projetos políticos que vão ao encontro dos interesses do capital. É necessário discutir a construção de um projeto alternativo e independente, um projeto da classe trabalhadora”, ressalta Álvaro Alves, diretor da Adufs.

 

Debatedores

Lotada no Departamento de Ciências Exatas da Uefs, Gracinete Souza iniciou a militância aos 10 anos, na igreja católica. Ao ingressar como estudante, na universidade, integrou coordenações no movimento e foi representante discente em conselhos superiores e no Colegiado de Engenharia Civil. Já na pós-graduação, na Universidade de Brasília (Unb), deu contribuições à luta docente. Na Universidade de Feira de Santana desde 1997, a professora acumula mais de 20 anos de atuação frente ao movimento docente. Sua militância teve início em 2000, quando compôs o comando de greve. Em 2007, foi diretora da Adufs pela primeira vez e, de lá para cá, integrou outras gestões, inclusive como Coordenação Geral, além de fazer parte de coordenações da Regional Nordeste III do ANDES-SN. Souza tem graduação em Engenharia Civil pela Uefs, mestrado em Geotecnia pela Universidade de Brasília (UnB) e doutorado em Geotecnia pela Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo (EESC-USP).

 

Já Milton Pinheiro é militante político e sindical há 43 anos. Iniciou no movimento secundarista e universitário, em Salvador. Participa do movimento docente desde 1997, como professor da Uneb e ex-professor da Ufba. Foi coordenador geral da Aduneb por dois mandatos e diretor da Regional Nordeste III do ANDES duas vezes. Atualmente, é presidente interino do ANDES-SN. Pinheiro é professor titular de história política da Uneb, doutor em Ciências Políticas e autor/organizador de uma dezena de livros. 

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