Professores da Uefs paralisarão as atividades na próxima quarta (27) e farão ato público em Salvador
25/04/2022
Os
professores da Uefs paralisarão as atividades acadêmicas na próxima
quarta-feira (27), conforme aprovado em assembleia ocorrida no dia 19 de abril. Nesta data (27), será realizado um ato público às 14h, na Praça da
Piedade, em Salvador, em conjunto com os docentes das demais universidades
estaduais da Bahia. O objetivo é denunciar o descaso e a falta de diálogo do
governo Rui Costa com o movimento docente. Desde o protocolo da pauta de reivindicação, em dezembro do ano passado, o Fórum das ADs solicita a
reabertura dos debates através da retomada da mesa permanente de negociação. A
categoria, no entanto, segue sem respostas.
A
diretoria da Adufs disponibilizará um café da manhã no pórtico da Uefs, como
Ato de Mobilização, às 8h, além do transporte para quem quiser participar do
protesto na capital baiana. O veículo sairá do Módulo IV às 12h e, às 11h30, um
lanche será distribuído para aqueles/as que participarão do ato público em
Salvador. O retorno está previsto para as 18h.
Os
docentes que desejarem ir ao protesto precisam confirmar presença com a
secretaria do sindicato até esta terça-feira (26), às 12h, através
do e-mail: [email protected]. Com o intuito de cada vez mais ampliar a participação
da categoria nas decisões políticas do movimento docente, a diretoria discutiu
a atividade a ser realizada em Salvador com o Comando de Mobilização, criado na
greve de 2019, e com o Conselho de Representantes da universidade. O encontro
ocorreu nesta segunda-feira (25), também conforme definido em assembleia.
Salário
Durante o
ato público, os docentes também denunciarão o arrocho salarial imposto pelo governo
Rui Costa e exigirão a reposição das perdas acumuladas desde 2015, por conta da
não reposição da inflação do período. Considerando o reajuste de 4% concedido
pelo governo ao conjunto dos servidores e o incremento de parcelas fixas, este
ano, o reajuste necessário para recompor o poder de compra de janeiro daquele
ano até março de 2022 soma 42,2%. O atual governador é responsável pelo maior arrocho dos últimos 30 anos!
Cálculos
feitos pela diretoria da Adufs revelam, na prática, os reflexos do arrocho
imposto pelo governador Rui Costa. Um professor pleno teve, a partir de março
deste ano, um percentual de reajuste de 7,09% no vencimento básico. Outro
cálculo mostra o caso do professor com Dedicação Exclusiva (DE), nível A, que perdeu,
apenas em março, R$ 2.644, 94 em seu vencimento bruto. No mês de abril, a perda
será ainda maior por conta do aumento da inflação.
Os
cálculos feitos pela diretoria têm como referência os dados disponibilizados no
Portal Transparência, do próprio governo estadual. Com base nos números
encontrados, fica evidente que o reajuste concedido pelo governo soma valor
irrisório. Mesmo após sete anos de congelamento salarial, o reajuste aprovado
não repõe sequer a inflação de 2021, que atingiu um índice de 10,06%.
Pedidos
de reunião
Por
diversos momentos, o Fórum das ADs reivindicou o diálogo com o governo baiano. Além
de oficializar a entrega dos pedidos de reunião junto a alguns secretários estaduais, visitou gabinetes de deputados pedindo-lhes intermediação na interlocução com os
gestores públicos. Nem mesmo o ex-secretário da Educação e atual candidato ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, conhecedor do longo processo
de sucateamento das universidades estaduais baianas, prontificou-se a estar com
o Fórum.
Sem
respostas, a mais eficiente ferramenta da categoria para pressionar o governo a
recebê-la é o recrudescimento da luta, com a intensificação da mobilização. Por
isso, é importante que os docentes se façam presentes ao protesto do dia 27 de
abril para demonstrar sua força. Caso contrário, a probabilidade é que 2022
seja de continuidade ou intensificação dos ataques não só à carreira, mas às
universidades estaduais baianas.
Além da
recomposição completa das perdas salariais acumuladas nos últimos sete anos, o
Fórum das ADs reivindica alguns pontos relacionados ao cumprimento dos direitos
trabalhistas previstos em lei, há diversos anos negados pelo governo Rui Costa;
à autonomia universitária e à destinação de 7% da Receita Líquida de Impostos
(RLI) para as universidades.