Assembleia docente encaminha questionamentos ao Consepe
07/12/2021
Assembleia ocorreu na noite de segunda-feira (6)
Os presentes à assembleia, realizada
segunda-feira (6), solicitaram que a diretoria da Adufs cobre esclarecimentos
ao Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe) sobre as dúvidas inerentes
ao complexo processo que envolve o retorno das atividades acadêmicas no formato
presencial. O órgão se reuniu nessa terça (7), quando deliberou sobre a Minuta -
Resolução Consepe, que dispõe sobre a realização destas atividades na
instituição. Vago, o documento está muito aquém de garantir as condições
sanitárias (e de trabalho) mínimas e necessárias para a comunidade interna e,
consequentemente, externa, diante da pandemia da Covid-19 e suas variantes. Uma nova reunião do Consepe será convocada para concluir a discussão da pauta iniciada nessa terça (7).
A cobrança por respostas ao Conselho Superior
foi indicada pela diretoria, que levou em consideração as discussões já
realizadas sobre o retorno presencial em assembleias anteriores, as imprecisões
da Minuta, além da forma atropelada e confusa pela qual o Consepe, no dia 21 de
outubro deste ano, tratou a retomada. Decisão esta que culminou com a aprovação,
a partir de fevereiro de 2022, de todas as atividades acadêmicas no formato
presencial. A decisão dos conselheiros foi criticada através de nota pela diretoria
da Adufs, que assim como centenas de professores assustou-se por diversos
motivos, inclusive por ferir a democracia interna da universidade. Leia nota da diretoria.
As indagações levadas pela diretoria para a assembleia
envolvem questões gerais e específicas, relacionadas à imunização, estrutura
física da universidade, ao caráter pedagógico de algumas ações e à garantia de Equipamento
de Proteção Individual (EPI). Entre as dúvidas a serem esclarecidas estão: como
acontecerá a higienização e o controle do fluxo de pessoas no Restaurante
Universitário e nas residências universitária, indígena e do professor; de qual
maneira será organizada a ventilação nos laboratórios, principalmente naqueles
onde não há circulação de ar; e como se dará a fiscalização dos possíveis casos
de desrespeito ao uso das máscaras de proteção facial, às normas de
biossegurança e o acesso das pessoas ao campus. O decreto publicado pelo
governo estadual no dia 17 de novembro do corrente ano exige a vacinação contra
a Covid-19 dos servidores públicos e empregados públicos estaduais, mas é
necessário detalhamento quanto ao acompanhamento daqueles fora desta
determinação. O deslocamento dos docentes residentes em Salvador nos ônibus
oferecidos pela universidade também preocupa a categoria, já que ambientes
fechados deixam as pessoas mais suscetíveis à contaminação.
Além dos encaminhamentos dos diretores, os
participantes da assembleia querem saber como será o uso dos equipamentos
compartilhados nas aulas práticas por docentes e discentes, como lupas,
microscópios; a higienização dos banheiros, já prejudicada antes da pandemia
por conta da redução do número de trabalhadores terceirizados responsáveis por
esta função; qual será o processo para reposição das aulas, em se tratando do
adoecimento de docentes ou discentes; e a contabilização da carga horária do
professor que também tiver de ministrar componentes curriculares para alunos em
atividade domiciliar. Os docentes ainda defendem que conste na Minuta -
Resolução Consepe que a universidade tenha autonomia, a partir das suas
comissões científicas, para definir o critério que justifique a professores e
alunos em situação de risco continuar as atividades acadêmicas na modalidade
remota.
Outros pontos
Os professores registraram que é necessário
deixar evidente de quem será a responsabilidade por fornecer, em caráter
regular, máscaras de proteção facial e álcool gel. O artigo 7º da Minuta - Resolução Consepe, inclusive,
estabelece que no caso de discentes com deficiência auditiva deverão ser
utilizadas, pelos docentes, máscaras ou proteção facial adequadas aos critérios
de acessibilidade. O depoimento de um docente do curso de Odontologia presente
à assembleia esclarece o porquê da preocupação da categoria. Segundo o servidor,
passado um tempo após o início das aulas das disciplinas práticas, faltaram
máscaras e álcool.
Os presentes à assembleia ainda entendem que
é preciso detalhar as ações de vigilância epidemiológica previstas no artigo 8º
da Minuta e precisar a maneira de ocupação dos espaços físicos na Uefs. A
categoria citou o estudo da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que discutiu
condições para um retorno seguro e apontou um percentual ideal de ocupação. A instituição retomará, no semestre
2022.1, as atividades presenciais de ensino, pesquisa e extensão. O
semestre começará no dia 07 de março e terá seu planejamento acadêmico definido
a partir das demandas dos colegiados dos cursos.
O avanço da vacinação tem melhorado o cenário
epidemiológico no país, sinalizando para a retomada de atividades acadêmicas
presenciais nas instituições de ensino. A categoria não é contra o ensino presencial, conforme reafirmado em diversos momentos. No entanto, diante
da incidência da doença e das variantes, como a ômicron, continua apontando para
a necessidade do retorno gradativo, com o controle do uso de máscaras, garantia
e acompanhamento das normas de segurança e vacinação em massa. Caso contrário,
pode haver o indesejável resultado de recrudescimento da pandemia.
Ao final da assembleia, a diretoria convidou
os presentes para a próxima assembleia, a ser realizada na semana que vem, com
o objetivo de apreciar a pauta de reivindicação a ser protocolada pelo Fórum
das ADs junto ao governo até o dia 20 de dezembro. A Assessoria de Comunicação
da Adufs divulgará o dia e horário da nova reunião assim que definidos pela
diretoria.
Breve histórico sobre o retorno presencial
As diretorias da Adufs, Sintest e a Administração
Central da Uefs aprovaram as etapas e critérios para executar o Plano de
Retomada das Atividades Presenciais no dia 30 de setembro. Conforme acordado, o
retorno, feito por meio de um processo paulatino, começou com a volta de 20% do
número de pessoas (servidores/terceirizados/estudantes) que circulam na unidade
simultaneamente. O retorno presencial começou a partir do dia 25 de outubro.
O Plano de Retomada das Atividades Presenciais prevê
cinco fases: zero, que marcou o início da pandemia, com o desenvolvimento do
Plano de Contingência - Manutenção do Patrimônio e dos organismos vivos em
laboratórios; etapa um, que envolveu a retomada das atividades essenciais
para pouco mais de 40 disciplinas, quase a totalidade delas do Departamento de
Saúde (Dsau). Esta fase, em vigor até 21 de dezembro, foi aprovada pela
Comissão Sanitária Geral e Comitê de Crise; mais a etapa 2, com o retorno, em
outubro, de 20% do efetivo dos servidores aos trabalhos. Na fase três,
está previsto o retorno de 40% da equipe da Uefs; e, na etapa quatro, o aumento
gradual das atividades presenciais até o retorno pleno.
No entanto, em 21 de outubro, o Consepe deliberou que o
semestre 2022.1 terá início em 21 de fevereiro de 2022 e que as atividades de
ensino de graduação ocorrerão no formato presencial. Naquele mês, o reitor
Evandro do Nascimento declarou à imprensa de Feira de Santana que o semestre
2022.1, que terá início no dia 21 de fevereiro, será de forma 100% presencial. O
Consu confirmou essa decisão no dia 8 do último mês. Por fim, em 17 de novembro, a Administração
Central da Uefs informou que com base em parecer do Comitê Emergencial de Crise
para o Enfrentamento da Covid-19, definiu a mudança de etapa do Retorno Gradual
Presencial para o dia 22/11. A partir dessa data, as atividades na universidade
passaram a ser de 40% no formato presencial e 60% no formato remoto.
Representações nos
conselhos
Ainda na segunda-feira (6), a assembleia conheceu
os docentes eleitos pelos departamentos para compor o Conselho de
Representantes. Previsto no Regimento da Adufs, o Conselho possui atribuições
como formular políticas gerais e específicas para a seção sindical, elaborar
documentos básicos sobre questões de interesses dos associados, encaminhar
sugestões a outras instâncias da Adufs e representar a seção sindical em nível
de departamentos.
Os eleitos, por departamento, foram:
Departamento de Biologia, Marcelo Trote (titular); e Adriana Queiroz de Almeida
(suplente); Departamento de Ciências Sociais Aplicadas, Fabiano Nascimento de
Moura (titular) e Emmanuel Oguri Freitas (suplente); Departamento de Educação,
André Luiz Brito Nascimento (titular) e Antônio César Ferreira da Silva
(suplente); Departamento de Ciências Exatas, Kisnney Almeida (titular);
Departamento de Ciências Humanas e Filosofia, Afonso Mancuso de Mesquita
(titular) e Ivone Maia (suplente); Departamento de Letras e Artes, Clédson
Ponce (titular) e Valdilene Gondim (suplente); Departamento de Saúde, Nélia
Sampaio (titular) e Sélton Diniz (suplente); Departamento de Tecnologia, Giovani
Brandão Mafra de Carvalho (titular); e Departamento de Física, Milton Souza Ribeiro (titular).
Também foi escolhida a comissão eleitoral
para o processo que definirá as representações por classes nos conselhos superiores
Universitário (Consu) e de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Uefs. Integram
o grupo Marilene Lopes e Dagoberto Freitas, eleitos em assembleia, além de
Cleide Mércia Pereira, indicada pela diretoria.
Antes da assembleia que discutiu o retorno
presencial e as representações da Adufs, na segunda-feira (6), às 18h, foi
agendada assembleia para às 17h. Na primeira, a categoria apreciaria um único
ponto de pauta: as contas do exercício 2019-2021. A reunião não ocorreu por
falta de quórum.