A cada duas horas, um jovem negro foi morto violentamente no Brasil, entre 2016 e 2020
27/10/2021
De
2016 a 2020, a cada duas horas, um adolescente negro, entre 15 e 19 anos,
morreu vítima da violência no Brasil. Os números assustadores revelam que, para
além de uma herança da escravidão, o extermínio da juventude negra e pobre no
país trata-se de um plano sistemático levado a cabo pelo estado.
Divulgado
na última sexta-feira (22), o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) foi realizado a
partir de boletins de ocorrência registrados em todos os estados brasileiros e
no Distrito Federal. Desta forma, os números podem ser ainda piores devido à
subnotificação dos crimes.
34.918
mortes violentas de crianças e jovens no Brasil foram registradas nos últimos
cinco anos. Destas, 31 mil vítimas tinham idade entre 15 e 19 anos. 80% delas
(25.592) eram negras. Para comparação, é como se o maior avião da Boeing caísse
todo mês repleto de jovens negros e negras.
Ampliando
a análise para crianças a partir de 10 anos, a maioria das vítimas é do sexo
masculino (91%) e alvo de armas de fogo (83%) em casos de homicídio doloso,
feminicídio, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes em decorrência
de intervenção policial. Segundo o estudo, cerca de 90% das mortes violentas
são homicídios dolosos.
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