A pedido de Guedes, Congresso Nacional retira quase toda verba da Ciência e Tecnologia

14/10/2021

O Congresso Nacional aprovou na última quinta-feira (7) o Projeto de Lei (PLN) 16, que abre crédito suplementar de R$ 690 milhões, que sairá do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e será quase todo destinado a outras áreas. Do montante aprovado pelos parlamentares, R$ 655.421.930,00 será retirado do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que é subordinado ao MCTI. 


Originalmente, o projeto de lei previa liberação dos R$ 690 milhões à ciência brasileira. No entanto, após mandar a proposta do PLN ao Congresso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou, na última quarta (6), um ofício com um adendo à proposta, alterando a destinação inicial prevista para os recursos. Dos R$ 690 milhões, só R$ 89,8 milhões ficarão para o MCTI. Sendo que, desses recursos, somente R$ 7,2 milhões irão para Administração Direta da pasta, que contempla as rubricas "Formulação e Gestão da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações", com R$ 4.734.573,00, e "Fomento a projetos, programas e redes de pesquisa e desenvolvimento", com R$ 2.487.938,00. Ou seja, financiamento de pesquisas e políticas na área. O restante, R$ 82.577.489,00, irá para a Comissão Nacional de Energia Nuclear, autarquia vinculada ao MCTI. Essa rubrica engloba cerca de R$ 63 milhões que serão destinados para atividades de manutenção da produção de radiofármacos. Além disso, outros R$ 19 milhões vão para o funcionamento das instalações laboratoriais que dão suporte operacional às atividades de produção, prestação de serviços, desenvolvimento e pesquisa.


Embora o governo federal e parlamentares afirmem que não faltarão recursos para o MCTI, os últimos cortes orçamentários apontam situação diferente. No orçamento aprovado em 25 de março pelo Congresso Nacional, os recursos previstos para este ano para a Ciência, Tecnologia e Inovação sofreram uma redução de 29%, em comparação ao ano de 2020. E este novo corte representa uma redução de 92% nos recursos aprovados para a pasta no início do ano.


Fonte: ANDES-SN, com edição.

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