Grito dos Excluídos e Excluídas reivindica o direito à vida e "Fora Bolsonaro"

07/09/2021

Ouvir a matéria:

O "Grito por Fora Bolsonaro, vida em primeiro lugar" ecoou de forma unitária pelas ruas de Feira de Santana, nesta terça-feira (7), somando-se aos mais de 200 protestos realizados em todo o território nacional e outros países para marcar o Grito dos Excluídos e Excluídas, no histórico Dia da Independência. Este foi o quinto ato público contra o governo corrupto, genocida e autoritário de Bolsonaro, que teve suas políticas criminosas evidenciadas na gestão da pandemia. Diretores da Adufs e outros professores da Uefs marcaram presença na mobilização, iniciada com concentração em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, bairro Barroquinha, e caminhada até a Prefeitura Municipal, onde houve falas e o encerramento das atividades. Diretores da associação docente também compareceram à mobilização realizada em Salvador. A imprensa local fez a cobertura jornalística da atividade. 

 

Apesar da tensão provocada ao longo dos últimos dias pelas ameaças de confronto por parte de grupos pró-Bolsonaro, os manifestantes mantiveram-se firmes. Foram expostos o atraso na vacinação dos brasileiros; a indignação com as mais de 583 mil mortes, milhares delas evitáveis, por Covid-19 no Brasil, em função da política criminosa e negacionista do governo federal; o desemprego; a alta da inflação, que traz o aumento da pobreza e da fome; os constantes ataques aos direitos dos trabalhadores e ao Sistema Único de Saúde (SUS); o corte no orçamento da educação, saúde, ciência e tecnologia, entre outras pastas; a destruição das políticas sociais e ambientais; a privatização das empresas públicas; entre outros ataques.

 

Ainda na pauta do ato público, reivindicações como moradia, comida, trabalho e renda, participação popular na política, justiça social e terra. A defesa dos povos indígenas, quilombolas, ciganos, dos LGBTQIA+ e da população pauperizada, que em meio à pandemia descontrolada lutam ainda mais pela vida, também fez parte da manifestação. Além do governo federal, foi criticada a política de subfinanciamento da educação pública do governador Rui Costa e do prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, ainda responsabilizado por manifestantes de abandonar a zona rural e a economia de subsistência da cidade. 

 

Ações antidemocráticas

As ações antidemocráticas do governo federal, que resgatam o Brasil da Ditadura Militar, também foram alvo de denúncia dos manifestantes. A lista de Bolsonaro é vasta e inclui os protestos pró-ditadura; a militarização dos ministérios; a perseguição, com base na Lei de Segurança Nacional, àqueles contrários ao governo; a celebração do golpe de 1964; censura à educação e à ciência; apologia à tortura; o desfile militar na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 10 de agosto, às vésperas da decisão da Câmara dos Deputados sobre o destino da PEC do voto impresso, numa evidente ameaça às instituições democráticas do país; entre outras medidas.

 

Na opinião de Sarah Rios, integrante do Conselho Fiscal da Adufs, o aumento dos ataques antidemocráticos é um subterfúgio do governo Bolsonaro com o objetivo de desviar a atenção da sociedade para a grave crise enfrentada pelo país nas áreas social, política, econômica e sanitária. Crise esta provocada pelo sistema de governo capitalista, que privilegia o crescimento econômico de forma exponencial, em detrimento de investimentos em políticas sociais, principalmente para a população de baixa renda, e com os grandes empresários beneficiando-se dessa política.

 

Padre Jorge Fontes, da Arquidiocese de Feira de Santana, pontua que "o projeto do governo Bolsonaro, antes mesmo do seu mandato, é de destruição e negação. A população está sendo assolada, enquanto suas políticas atendem ao banqueiro, agronegócio, fazendeiros e industriais. Somos os porta-vozes daqueles que tiveram o direito à vida negado", diz.

 

Ato unitário

O Grito dos Excluídos e Excluídas foi organizado unitariamente no Brasil. Em Feira de Santana, representantes de movimentos sociais e religiosos, entidades e partidos políticos construíram o protesto. O Movimento Fora Bolsonaro Feira de Santana, cuja diretoria da Adufs faz parte, integra o grupo que organiza as mobilizações contra o governo no município.

 

Durante o ato público, os participantes adotaram os protocolos de segurança sanitária para evitar a propagação da Covid-19, como o uso de máscaras, álcool em gel e o distanciamento social. Um carro de som circulou nos bairros da cidade nos dia 4 e 5 de setembro para anunciar o Grito dos Excluídos, reforçar a necessidade de ir às ruas denunciar os crimes do governo Bolsonaro e convidar a população à luta.


Veja vídeos e fotos do Grito dos Excluídas e das Excluídos no Facebook e no Instagram da Adufs.

Leia Também