Epidemiologista que está na linha de frente dos estudos sobre a Covid-19 será palestrante da Live organizada pela diretoria da Adufs

03/08/2021

O professor Maurício Barreto, um dos grandes nomes da pesquisa em epidemiologia e doenças infecciosas, com trabalhos científicos de notoriedade reconhecida em diversos países, e que está na linha de frente dos estudos sobre a Covid-19, será o palestrante da Live organizada pela diretoria da Adufs. A transmissão ao vivo ocorrerá na próxima quinta-feira (5), às 19h. Com o tema A Covid-19 e os riscos inerentes à flexibilização das medidas de prevenção da transmissão, esta é uma das diversas atividades programadas pelos diretores para marcar, até o fim de dezembro deste ano, os 40 anos de lutas e conquistas da seção sindical, completados no dia 14 de maio deste ano.

Barreto também trará alguns alertas já anunciados publicamente às autoridades públicas para conter o avanço da Covid-19 e o número de mortes. A iniciativa da diretoria é uma grande oportunidade de informar-se e esclarecer dúvidas sobre a Covid-19, principalmente diante de um presidente que, ora por ignorância, ora por conveniência com a agenda política que prioriza os grandes investidores, a todo tempo nega a ciência, coloca em dúvida a eficácia do uso de máscara e das medidas de isolamento social, inclusive as descumpre, sucateia o Sistema Único de Saúde (SUS) e lidera movimentos antivacina. No contexto da pandemia, Jair Bolsonaro representa um grave risco à vida da população.

Mas, lamentavelmente, o afrouxamento das medidas de isolamento social também começa a respingar nos estados e municípios do Brasil. Em se tratando da Bahia, onde somente 59,08% da população baiana com 18 anos ou mais foi vacinada, pelo menos, com a primeira dose, o governador Rui Costa determinou a retomada, no dia 26 de julho, das atividades na rede estadual de ensino médio de forma híbrida, com aulas presenciais e atividades remotas. Para os demais níveis, o início das aulas será no dia 9 de agosto. No primeiro dia de retorno às atividades, no entanto, as escolas registraram baixa presença de professores e alunos.

No caso das universidades estaduais baianas, apesar da pressão do governo, os docentes resistem à retomada das aulas sem a vacinação em massa e as condições sanitárias que garantam a saúde da comunidade acadêmica, conforme amplamente divulgado pela diretoria da Adufs, após intenso debate com a categoria, em assembleias. A diretoria da seção sindical também se manifestou contra a decisão de Rui Costa, repudiando o retorno às aulas presenciais mesmo com a pandemia descontrolada e o anúncio do corte no salário dos docentes e das bolsas dos discentes que não voltarem às unidades de ensino no prazo determinado.  

Breve currículo

Natural de Itapicuru, no Nordeste baiano, Maurício Barreto é graduado em Medicina e mestre em Saúde Comunitária, ambos pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), e Ph.D. em Epidemiologia (Universidade de Londres). O docente, aposentado da Ufba, mantém a posição de professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da instituição baiana; também integra o Grupo de Especialistas em Covid-19 do Painel Inter-Acadêmico: A Rede Global de Academias de Ciência, rede formada por 115 academias de ciência de todo o mundo com o objetivo de ajudar no aconselhamento ao público a respeito de importantes temas globais.

Desde 1998 é pesquisador I-A do CNPq. Em 2003 foi eleito Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e em 2013 da The World Academy of Science (TWAS). Em 2014, tornou-se pesquisador sênior do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz - Bahia). Em 2016, foi co-fundador e desde então coordena o Centro de Integração de Dados para Saúde (Cidacs). É também criador da Rede Covida - projeto de produção, seleção e divulgação científica sobre o coronavírus. A Ufba e o Cidacs são as duas instituições que coordenam a Rede Covida.

No ano de 2018, Barreto foi convidado a compor o Grupo Técnico Assessor sobre Evidência e Inteligência para a Ação na Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS). 

Publicou mais de 430 trabalhos em revistas científicos, mais de 40 monografias e capítulos de livros e participa de comitês de assessoramento em questões de políticas científicas e de saúde em diversas organizações nacionais e internacionais. 

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