Governo resgata ataques da Carteira Verde e Amarela
20/07/2021
Voltará à pauta de votação da Câmara dos
Deputados, em agosto, a Medida Provisória (MP) 1.045, que representa uma nova
reforma trabalhista, com várias reduções de direitos. A MP precisa ser votada
pelo Congresso para virar lei.
Na última semana, o deputado Christino Áureo
(PP-RJ), relator da MP, apresentou um parecer que amplia a possibilidade da
suspensão de contratos e redução de salários. Além disso, incluiu a criação de
dois programas: o Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego
(Priore) e o Regime Especial de Trabalho Incentivado, Qualificação e Inclusão
Produtiva (Requiq). As propostas resgatam medidas da extinta MP 905, a chamada
Carteira Verde e Amarela do governo Bolsonaro, que cria uma categoria de
trabalhadores de "segunda linha".
Sob o já conhecido e falso discurso de gerar
empregos, a MP reduz direitos históricos dos trabalhadores, como o FGTS; precariza
salários e contrato de trabalho; dificulta o acesso à Justiça trabalhista; estimula
o desemprego; define que benefícios como habitação, roupa e outros itens podem
ser utilizados como pagamento de salário; e limita ainda mais a atuação da
fiscalização trabalhista.
A MP 1.045 é a reedição da MP 936 editada no
ano passado diante da pandemia, que permite que as empresas reduzam em 25%, 50%
ou 70% os salários dos trabalhadores ou suspendam contratos de trabalho. O
próximo dia 24 de julho, quarto dia nacional de protestos pelo Fora Bolsonaro,
deve ser ainda mais forte e avançar para a construção de uma Greve Geral
Sanitária no país.
Fonte: CSP-Conlutas, com edição.