Professores das IFES fazem a greve mais longa da história do setor
12/09/2012
A intransigência e descaso do governo frente às reivindicações dos docentes das Instituições Federais de Ensino (IFE) fizeram com que a greve deste ano atingisse na última quinta-feira (04/09) 113 dias, superando a paralisação de 2005, até então considerada a mais longa realizada no setor.
“A extensão da greve é um marco, mas não o mais importante. Só optamos por esse instrumento de pressão porque o governo está de costas aos docentes e à educação federal”, avalia Marinalva Oliveira, presidente do Andes-SN. Para ela, a força com a qual o movimento se iniciou e se mantém é o fator mais relevante e que permitiu expor à sociedade as condições precárias das IFE e a forma como o professor é desvalorizado pelo governo.
Desde o final de 2010, os professores organizados na base do Andes-SN vêm buscando negociar com o governo federal a reestruturação da carreira docente para valorizar a atividade do professor, torná-la estável e atraente para ingresso e permanência e, desta forma, resgatar direitos que foram usurpados dos professores ao longo dos últimos 20 anos.
Após a suspensão unilateral das negociações no início de agosto, o Comando Nacional de Greve do Andes-SN buscou diferentes canais para a reabertura do processo, inclusive apresentando uma contraproposta, na qual os professores adequaram os conceitos para a reestruturação da carreira aos valores de piso e teto definidos pelo governo, em mais uma demonstração de disponibilidade para a negociação. Apesar de todos os movimentos feitos pelos docentes, os representantes do Ministério da Educação e do Planejamento se mantiveram irredutíveis, demonstrando que as divergências vão muito além de questões financeiras, envolvem também o projeto de Educação que se pretende para o Brasil.
Andes, com edição