Mesa com ex-diretores lembra histórias de lutas da Adufs
18/07/2016
A contribuição da Adufs na organização político-administrativa da Uefs e no estímulo à consciência crítica dentro da universidade, bem como na formação dos movimentos sociais em Feira de Santana e do Movimento Docente (MD) das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) foram destacados pelos ex-diretores presentes na Quinta-Encontros. A edição, realizada no dia 14, memorou os 35 anos do sindicato. Compuseram a mesa Jucelho Dantas, Eloi Barreto, Elizete da Silva e José Carlos Barreto.
O professor José Carlos, um dos fundadores da Adufs e membro da primeira diretoria, ressaltou as circunstâncias políticas que levaram os docentes a se organizarem, inicialmente, como Associação Docente e, mais tarde, como Sindicato; o processo de ocupação do espaço físico da Adufs e a contribuição desta na constituição do Fórum das ADs. Ainda ressaltou que a história da Associação também deve ser contada considerando a preocupação com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, o que contribuiu para que participasse do processo de surgimento de diversos movimentos sociais em Feira de Santana, na década de 80.
“A transformação da Uefs de fundação para autarquia, em 1981, forçou os professores a se mobilizarem para reivindicar seus direitos, haja vista as mudanças nas relações dentro da universidade. A história da Uefs se entrelaça com a história da Adufs”, acrescentou Eloi Barreto, diretor entre os anos de 1983 a 1985. Já Elizete da Silva, diretora entre 1990 e 1992, elencou os embates travados ao longo de variadas décadas, como o acampamento na Secretaria da Educação (SEC), a luta pela Construção do Estatuto do Magistério Superior, pela implantação do Processo Estatuinte, pela garantia do ônibus aos servidores que residem em Salvador e pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo.
Jucelho Dantas (gestões 2008-2010 e 2010-2012) endossou as falas dos antecessores e lembrou da dificuldade em convencer a categoria a construir o embate contra o então governador Jaques Wagner, que, na época, estava no seu primeiro mandato e, teoricamente, representava os trabalhadores. “Em 2008, colocamos nas ruas a campanha Wagner, o governo de todos os nós e, mais tarde, já em 2011, fizemos uma greve contra a política daquele governo para as Ueba”. Também lembrou de algumas conquistas da época em que esteve à frente da Associação, como a incorporação da GEAA aos salários e a filiação da Adufs à CSP CONLUTAS.
Para Gracinete Souza, atual diretora do sindicato que esteve à mesa com os antigos dirigentes, esta edição do evento proporcionou não só momentos de descontração e de aproximação da diretoria com a base, mas, antes de tudo, possibilitou que a categoria conhecesse ainda mais a história das lutas e conquistas da Adufs.