Trabalhadores na Grécia fazem greve geral contra Reforma da Previdência
11/02/2016
Mais de 50 mil trabalhadores marcharam na última quinta-feira (4), na Grécia, paralisada por uma greve geral, em protesto contra a Reforma da Previdência do governo de Alexis Tsipras. As manifestações ocorreram em Atenas, próximo ao Parlamento, e em Salonica.
A reforma faz parte do pacote de medidas exigidas pelos credores internacionais, e, entre outros elementos, reduzirá o máximo das aposentadorias de 2.700 a 2.300 euros. O plano também criará uma aposentadoria de base garantida de 384 euros mensais e fundirá os diferentes fundos de aposentadoria, além de aumentar as contribuições patronais e dos empregados.
Com a Reforma da Previdência, o governo pretende economizar 1,8 bilhão de euros por ano, ou seja, 1% do PIB. A reforma é parte das exigências da Troika – Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) – em troca de um terceiro plano de resgate de 86 bilhões de euros, acordado em julho passado. O projeto de lei deverá ser votado em meados deste mês no Parlamento, onde a coalizão de Tsipras dispõe de uma pequena maioria de 153 deputados dos 300.
Mobilizações
Após o anúncio da Reforma, as duas principais centrais sindicais do país convocaram a greve geral, que é a terceira desde que a Grécia aceitou, em 13 de julho de 2015, um novo programa de resgate acompanhado de novas medidas de austeridade, para evitar a saída do país da zona do euro.
As mobilizações iniciaram na terça-feira (2), com uma paralisação parcial do setor de transportes. Um número recorde de trabalhadores participou nos protestos. Agentes de seguros, veterinários, advogados, agricultores e médicos marcharam ao lado dos servidores públicos e de trabalhadores de muitas outras categorias do setor privado. Os jornalistas anteciparam o protesto e fizeram greve de 24 horas na quarta-feira (3), para garantir a cobertura midiática da greve geral desta quinta.
Fonte: CSP-Conlutas