Professores fazem ato público para forçar a negociação com o governo

06/04/2015

A omissão do governo no que tange à qualidade do ensino público superior pode provocara deflagração do movimento paredista nas Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Na próxima quarta-feira (8), os professores das quatro instituições irão paralisar as atividades acadêmicas, com ato público no Centro Administrativo(CAB),a partir das 9h, na tentativa de serem recebidos para discussão da pauta de reivindicações protocolada em dezembro de 2014 e que cobra, dentre outros pontos, a ampliação dos parcos recursos destinados às universidades. Este será o último prazo dado pela categoria antes da assembleia para avaliar a greve.

Faixas, cartazes e grupos culturais irão endossar o discurso dos manifestantes que partirão de diversas cidades da Bahia. O transporte disponibilizado pela Adufs sairá às 6h30, do módulo IV. Os interessados devem procurar a secretaria da Associação. Na última semana, em reunião convocada pela entidade com representações estudantis, de técnico-administrativose de alguns movimentos sociais, foi consenso a proposta de unificação da luta em torno do aumento do orçamento e da destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para as universidades. As entidades ainda confirmaram presença no ato do dia 8 e agendaram a próxima reunião para o dia 14 de abril, em frente à reitoria da Uefs, quando será discutida a possibilidade de convocação de uma Assembleia Geral Unificada (AGU).

As atividades de 8 de abril farão parte do Dia Estadual de Luta em Defesa da Educação Pública, quando acontecerá ainda o lançamento do Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública.“Durante a reunião com as entidades, os presentes concordaram que o atual problema orçamentário vivido pelasUeba é resultado do compromisso dos governos com o capital, em detrimento de investimentos no setor público”, disse Edson do Espírito Santo, diretor da Adufs.

Atualmente, a Lei orçamentária Anual (LOA) prevê, apenas, a 5% da RLI para as Ueba, valor insuficiente para manutenção de condições adequadas de ensino, pesquisa e extensão. Na Uefs, com base na execução, contratos e despesas fixas de 2014, mais as projeções para 2015, a Assessoria do Planejamento fez uma proposta orçamentária de R$ 289.13.000,00 milhões para atendimento das demandas deste ano. Indiferente às reais necessidades da universidade, o governo aprovouR$ 247.495.000,00 milhões.

Com a aplicação da cartilha do governo, já é realidade na Uefs a falta de verbas para pagamento de fornecedores, de terceirizados, a compra de material pedagógico,dentre outras demandas. Nas últimas semanas, estudantes dos cursos de Pedagogia, Psicologia, Educação Física e Ciências Biológicas protestaram por melhores condições de estudo.Também mobilizados, os servidores técnico-administrativos farão panfletagem nesta terça-feira (7).

O MD não vai deixar o governo destruir o projeto de universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, defendido historicamente pela categoria. Desta forma, mantém-se firme na luta em defesa das Ueba, importante patrimônio do povo baiano e responsável pela formação de profissionais-cidadãos.
 

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