Professores vão às ruas em protesto por mais verbas para as Ueba
01/07/2014
Os docentes das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) ocuparão as ruas de Salvador durante o desfile cívico Dois de Julho, nesta quarta-feira (2), para protestar por mais recursos para as instituições. A Adufs convida toda a comunidade acadêmica a integrar o cortejo e reforça a importância da unificação da luta em defesa do ensino público superior. O transporte sairá do módulo IV da Uefs, em frente à Adufs, às 6h, com retorno previsto para 13h.
Faixas, cartazes, pirulitos, camisas e uma banda de fanfarra serão utilizados para denunciar que a redução de quase R$ 12 milhões das verbas destinadas a custeio e investimento, em 2014, está agravando a crise orçamentária nas instituições e pode comprometer a qualidade do trabalho acadêmico. Através da manifestação, os professores reivindicarão o mínimo de 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para as quatro Ueba, índice, que, atualmente, não chega a 5%.
A participação do MD no cortejo tem ganhado força a cada ano. Por onde os professores passam, recebem o apoio da população, que aplaude a luta da categoria em defesa da Educação. Além disso, diversas categorias de trabalhadores endossam a ala dos protestos, reivindicando mais investimento para saúde, transporte público, moradia, dentre outras pautas. “Para a Adufs, o Dois de Julho é o momento de denunciar o descaso histórico dos governos com as universidades estaduais, reafirmar nossas pautas de reivindicações e convidar a sociedade baiana para encampar a luta em defesa de mais verbas para o ensino público”, disse Edson do Espírito Santo, diretor da Associação.
A redução orçamentária imposta pelo governo Wagner tem como conseqüência a impossibilidade de as universidades honrarem os seus compromissos financeiros. Faltam verbas para pagamento de fornecedores e prestadores de serviço, compra de material didático, pagamento das contas de água, luz e execução de obras. Recentemente, a empresa que transporta os servidores e a que emite passagens aéreas para a Uefs quase suspenderam os trabalhos, em função do atraso no pagamento das faturas. Há tempo, as instituições vivem uma situação vexatória, com um histórico de déficit orçamentário que se acumula ano a ano.
Diante da gravidade da situação, o Movimento Docente tem tentado discutir o orçamento com o governo. Após sucessivas reuniões com os fóruns das ADs e de Reitores, ele se comprometeu a suplementar o orçamento das Ueba neste ano em R$ 14 milhões, sendo que a Uefs deve receber R$ 1.864.178 milhão para a contratação de 45 professores que fizeram seleção pública, mais a progressão de 34 docentes que possuem processos em tramitação nas secretarias de governo. O valor, no entanto, ainda não foi disponibilizado à reitoria da universidade de Feira de Santana.
Segundo o MD, a comunidade acadêmica deve ser firme na luta em defesa dos 7% da RLI, na perspectiva de garantir esse índice já para 2015. Para a diretoria da Adufs, se o percentual não for destinado às instituições, o indicativo de greve será novamente avaliado. Por conta disso, a Associação reforça a necessidade da participação da categoria nos protestos, para endossar a reivindicação.