33 anos de lutas e conquistas em defesa da Educação Pública
12/05/2014
A história da Adufs começa quando, em 1981, a então Fundação Universidade Estadual de Feira de Santana foi transformada pelo governo, autoritariamente, em autarquia, surpreendendo toda a comunidade universitária. Preocupados com os efeitos dessa mudança nas condições de trabalho, os professores resolveram se organizar para defender seus direitos e um projeto de Universidade pública, gratuita, autônoma, democrática e socialmente referenciada. Nesse contexto, em meio à pressão do fim do regime militar, foi fundada a Associação dos Docentes da Uefs, já que na época não era permitida a sindicalização dos servidores públicos. A transformação em Seção Sindical do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) ocorreu em 1989.
Ao longo de mais de três décadas, os docentes travaram grandes embates com os governos, sem deixar de articular as reivindicações dos professores às de outros trabalhadores. Dentre as conquistas, estão o Estatuto do Magistério Superior, melhorias salariais e nas condições de trabalho e aumento no orçamento, além da contribuição importante para a democratização e transparência administrativa na Uefs, a exemplo das eleições diretas para reitor.
Para comemorar a história de lutas e conquistas, que completa 33 anos quarta (14), serão realizados dois debates e um coquetel, na próxima quinta-feira (15). Pela manhã, o tema será As universidades e a ditadura: repressão e modernização, com professor Rodrigo Sá Motta (Universidade Federal de Minas Gerais). A partir das 14h, o eixo da discussão será 50 anos do golpe: as lições pra o presente, que contará com a contribuição de Ceici Kameyana, membro da Intersindical. Para fechar a programação, será servido um coquetel, às 17h30, ao lado da Adufs.
José Carlos Barreto, atual reitor, que fez parte da primeira diretoria da Adufs, disse ter orgulho da participação no processo de construção e fortalecimento da Associação. “A Adufs deu uma grande contribuição para que a universidade pudesse ter a configuração que tem hoje. Além disso, teve participação muito forte na vida cultural e política de Feira de Santana”, avaliou, ao lembrar que esteve presente na discussão do primeiro regimento da entidade, aprovado em assembleia bastante representativa.
Para Eloi Barreto, professor aposentado e membro da segunda gestão (1983-85), as histórias da Uefs e da Adufs estão intimamente relacionadas. “A livre participação e a democracia na Uefs foram grandes conquistas da Associação. Na década de 80, comandou toda a luta para as eleições livres da reitoria da universidade”, ressaltou.
Conforme Elson Moura, atual diretor da Seção Sindical, existem demandas específicas do Movimento Docente (MD), mas o compromisso maior é com a defesa da Universidade Pública e de uma sociedade mais justa. “Vamos comemorar os 33 anos mantendo a coerência da história da Adufs, relacionando as lutas da categoria com as mais gerais da classe trabalhadora. Sempre deve ser mantida a independência das reitorias, governos e partidos, além de garantido o respeito à democracia, buscando a participação coletiva nas decisões”, afirmou. Segundo ele, muitas ainda são as lutas e conquistas que estão por vir e, para isso, é fundamental o fortalecimento da Adufs, do Andes-SN e da Central Sindical e Popular ( CSP Conlutas).