Mobilizados contra a política do governo Wagner de desmonte da Educação Superior, os professores da Uefs, em assembleia realizada na última terça (8), aprovaram a paralisação das atividades em 29 de abril e 28 de maio. As ações serão acompanhadas pelos docentes das outras três Universidades Estaduais e reforçam a luta por mais recursos, haja vista que o orçamento previsto para custeio e investimento foi reduzido em quase R$ 12 milhões em relação ao ano passado, o que pode levar ao agravamento da crise e ameaçar o funcionamento das instituições.

 

Objetivando denunciar a situação e ampliar a luta, no dia 29 de abril, a Adufs convidará o DCE, o Sintest, outras entidades sindicais, movimentos sociais, além da imprensa, para um café da manhã no pórtico da Uefs, onde também será feita uma panfletagem. Já a segunda paralisação, em 28 de maio, coincide com o Dia Nacional de Luta do Setor das Instituições Estaduais de Ensino Superior (Iees), marcado pelo Andes-SN. Para esta data, estão previstas mobilizações em vários estados reivindicando autonomia e mais verbas para as Universidades estaduais. O Fórum das ADs vai realizar Ato público, com horário e local a serem definidos.

 

Na assembleia, que contou com a participação de 75 docentes, Elson Moura, diretor da Adufs, fez um histórico das negociações, destacando a dificuldade em negociar o Projeto de Lei (PL) da desvinculação do quadro às vagas, além das negativas do governo em aumentar os recursos, realizar concurso público e a demora em instituir o Grupo de Trabalho sobre a Carreira, até então não formalizado. No momento, o MD acompanha a tramitação do PL, atualmente na Secretaria da Administração (Saeb).

 

Além das paralisações, foi aprovada a campanha de mídia por 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI), pauta também defendida pelos técnico-administrativos, estudantes e apoiada pelo Fórum de Reitores, com a produção de camisas, cartazes e outdoors. Como instrumento de denúncia, o Dossiê da Precarização será atualizado e a diretoria da Adufs convocará uma plenária com entidades estudantis e Sintest, para aprofundar o debate e reforçar a necessidade da unificação das lutas. O indicativo de greve ficou para ser avaliado na próxima assembleia.

 

 AUDIÊNCIA PÚBLICA E REAJUSTE LINEAR

 

O Fórum das ADs foi surpreendido na última quinta-feira (3), com o convite da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa para uma Audiência Pública na terça-feira (8), cujo tema foi O novo contexto das Universidades Estaduais em face à expansão das universidades federais. Estiveram presentes no evento, a representação das ADs, do Sintest e do DCE, mais os reitores e alguns deputados. Na ocasião, a diretoria da Adufs se pronunciou a favor da expansão da Educação Superior, mas com responsabilidade, garantindo as condições para que as atividades acadêmicas tenham qualidade; enfatizou que não há nenhum tipo de rivalidade entra as Estaduais e as Federais e que, independentemente da expansão das Federais na Bahia, o governo estadual tem que assumir a responsabilidade constitucional para com o orçamento das Ueba.

 

Sobre o reajuste linear, no fim da noite do dia 1º, foram aprovados os PLs e a única alteração feita pelo Plenário da Assembleia Legislativa foi a antecipação da segunda parcela para julho. Assim, mantiveram-se as perdas salariais, pois o reajuste será de 2% retroativo a janeiro e somente no início do segundo semestre ele passará a ser de 5,91%. O Fórum das ADs tem acompanhado as assembleias e as manifestações convocadas pela Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia.