Fórum das ADs convoca Dia Estadual de Mobilização
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Em homenagem às mulheres negras de luta que enfrentam cotidianamente os desafios impostos pelo racismo, machismo e outras formas de opressão dentro do cenário do ensino público superior, conversamos com a professora Sandra Maria Cerqueira, aposentada pelo Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da UEFS.
A docente contou um pouco sobre os desafios enfrentados por ser uma das primeiras mulheres negras em atividade, o que gerava a necessidade de confirmação constante acerca da sua função e competência: “Eu era uma das poucas mulheres negras no departamento. Então foi bem desafiador. Enfrentei dificuldades entre colegas e entre os discentes. Vivi experiências como estando na carteira e portando todos os marcadores que me identificavam como docente ser questionada quando a docente chegaria. Ou seja, o processo de negação fazia com que não me reconhecessem como tal”.
A situação se mostrava ainda mais cruel ao final de cada período, apesar do desempenho de alta produtividade, o que gerou a necessidade de ampliação dos cuidados com a sua saúde mental: “O final de semestre era particularmente marcante. Sempre orientei um número grande de monografias. Cheguei a orientar 16 pessoas em um semestre! Ao final das defesas, assistia as estratégias de ‘drible’ para não tirar fotos comigo. Foram inúmeros os casos de assédio moral. No entanto, eu seguia. Acreditava que não deixava que o racismo me parasse. O que aconteceu foi que meu corpo parou, por não suportar tanto embate. Precisei fazer um longo caminho de cuidados, autoconhecimento e auto amor, para me refazer. Haviam momentos que me diziam que valia a pena insistir, como quando uma(um) aluna(o) negra(o) chegava em sala de aula e ficavam maravilhados com a minha presença. Momentos assim me davam novo ânimo”.
A professora Sandra vê com entusiasmo as mudanças que ocorrem, principalmente no que diz respeito ao aumento da representatividade e participação de docentes negras na educação pública: “Felizmente, as circunstâncias estão mudando. Um processo ainda lento. Com idas e voltas, mas há algo acontecendo em termos de inclusão e reconhecimento de direitos da população negra e povos originários. Já não somos uma(um) ou duas(dois). Há mais profissionais nos quais os discentes se veem representados. Estas pessoas docentes que estão chegando veem com muita vontade de fazer acontecer. Chegam demonstrando todo o potencial antes sufocado. É bonito de ver as salas de aula nos dias atuais, nas quais, há diversidade. É possível acompanhar os nossos chegando nos mais diferentes espaços”.
Ainda assim, para ela é evidente que o caminho a ser percorrido ainda exige muitos enfrentamentos para a garantia de direitos e fim das opressões: “Ainda há muito por fazer. O racismo ainda age forte para impedir ou limitar o acesso aos postos de decisão. O Pacto Narcísico da Branquitude ainda estrutura muralhas, como por exemplo, quando impedem que as Leis 10639/2003 e a Lei 11.645/2008 sejam cumpridas. Elas aparecem – quando aparecem – como disciplina optativa. Este é um ponto que requer ação contundente, vez que diz diretamente do necessário reforço de identidade do recorte da população que não espelha o hegemônico e, portanto, seguem perseguidas e excluídas”.
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