Força do MD faz o governo a apresentar proposta de acordo salarial

29/05/2013

Após dois dias de árduas negociações, o governo, enfim, apresentou uma proposta. Embora a expectativa de avançar na negociação para evitar um impasse tenha sido frustrada, nas duas reuniões da Mesa Setorial da segunda-feira (27), quando absolutamente nada de novo foi dito ou apresentado pelos representantes das secretarias da Educação (SEC), das Relações Institucionais (Serin) e da Administração (Saeb), uma minuta de acordo foi fechada na terça (28), após uma reunião que durou mais de cinco horas.

Devido a ameaça da deflagração da greve e ao desgaste criado pelo governo, este solicitou ao Fórum de Reitores que mediasse a negociação na tentativa de superar o impasse. Após aceitar cumprir o papel, os reitores pontuaram que “não representavam nenhuma das duas partes, mas poderiam contribuir para que o diálogo fosse retomado, compreendendo que a greve não interessava a ninguém e não seria a melhor saída para as universidades”. Então, foi apresentada uma proposta de Acordo ao Fórum das ADs que, após avaliação, definiu pela indicação da sua assinatura pelas assembleias no dia 4 de junho.

Para o Fórum das ADs, a proposta, considerando a conjuntura, representa uma conquista significativa em termos de melhoria salarial. De um lado, durante os cinco meses de negociação, as falas do governo resumiram-se na repetição do “esforço” por ele desenvolvido no sentido de superar o “limite orçamentário”. Inicialmente, manteve a incorporação da CET até março de 2014 e foi categórico em afirmar que não havia nenhuma condição de mexer no salário-base, propondo uma alteração insignificante nos Incentivos por Pós-graduação (IPG), excluindo os Especialistas e os aposentados. Depois, à medida que o Movimento Docente foi mostrando força, ele recuou e propôs um reajuste de 4% para junho de 2014.

Em um segundo momento, demonstrando sua intenção em fazer avançar a negociação, o Movimento Docente apresenta uma nova proposta, reafirmando reivindicação da incorporação integral ainda em 2013 e flexibilizando o percentual para o reajuste salarial, em 2014, de 28% para 14%. O governo simplesmente não se manifestou e manteve seu discurso, irredutível, de ser impossível melhorar sua contraproposta. As assembleias, então, deliberam pelo prazo de 3 de junho apontando concretamente a deflagração da greve como próximo passo.

Diante da iminência do enfrentamento, na terça-feira (28) o governo recuou novamente e atendeu a reivindicação da incorporação da CET em 2013, além de elevar o percentual de 4% para 7%, parcelado, sem prejuízo do reajuste linear a ser concedido em 2014.

Mais uma vez, a capacidade de luta da categoria e a firmeza na defesa da valorização do trabalho renderam frutos muito positivos. A diretoria da Adufs considera que o Termo de Acordo é uma conquista importante e indica sua aprovação a ser avaliada na assembleia do dia 4 de junho.

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