No mês de janeiro sede da Adufs funcionará em horário especial
Durante o mês de janeiro a sede da Adufs funcionará em horário especial, das 08h às 13h.
Nesta segunda-feira, 13 de janeiro, o Conselho Municipal de Transporte aprovou um aumento de 8% nas tarifas de ônibus de Feira de Santana. Isso representa um aumento de R$0,60 centavos para as(os) usuárias(os) que pagam a tarifa em dinheiro, caso seja aprovado pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho. O último reajuste ocorreu em julho de 2023.
Se aprovadas, as tarifas passarão de R$ 4,75 para R$ 5,15, para as(os)
que utilizam o Cartão Via Feira ou Cartão Social, e de R$ 4,90 para R$ 5,50,
para as(os) que pagam em dinheiro. Estudantes pagarão R$ 2,50, R$ 0,15 a mais que
o valor atual. A tarifa para os distritos de Ipuaçu, Bonfim de Feira e Jaguara,
que são atendidos por vans será de R$ 6,30. O valor atual é de R$ 5,85.
O aumento causa indignação em decorrência da qualidade do transporte
público, o que inclui as condições das estações, dos veículos e, sobretudo, uma
frota insuficiente para a quantidade de usuárias(os). Segundo informações do
secretário municipal de Mobilidade Urbana, Sérgio Carneiro, o aumento da tarifa
se justifica pelo aumento do combustível e dos salários das(os)
rodoviárias(os), somados ao melhoramento dos veículos e das instalações. A
frota de Feira de Santana conta atualmente com cerca de 150 veículos para
atender um total de 5 mil passageiras(os) por dia.
Na prática, o que é visível é o descaso com a segunda maior população
do estado da Bahia. As queixas recorrentes apontam para um frota reduzida que
resulta em superlotação e risco para as(os) usuárias(os); péssimas condições de
limpeza; veículos danificados que com frequência quebram no meio do percurso,
principalmente, os que circulam para os distritos; instalações rodoviárias sem
acomodação adequadas; além de pontos em que sequer há circulação dos
transportes para atender a população.
O Conselho que aprovou o reajuste é formado por secretarias,
representantes das empresas e do sindicato das(os) rodoviárias(os), de
entidades de classes e das(dos) estudantes. Destes, somente o Diretório Central
das(os) Estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (DCE/UEFS)
votou contra o reajuste. Em protesto, as (os) representantes do DCE ainda
pediram a revisão do reajuste por entender que ele é incompatível com a
realidade do transporte, assim como um aumento da participação de organizações
sociais no Conselho para que haja um maior equilíbrio nas decisões em defesa da
população feirense.
Segundo o estudante Antony Araújo, integrante do DCE, os cálculos
apresentam inconsistências: “O reajuste é feito em cima de um contrato que não
é cumprido. No contrato é colocado mais
de 248 ônibus e na realidade rodam diariamente, segundo a prefeitura, 150
ônibus. Além disso, é colocado nessa conta do reajuste os ônibus como se fossem
zero quilômetro, sendo que não são. Ontem (13), na reunião, a gente teve um
dado de que pelo menos 60 ônibus da São João não tem cobradores, fora os da
Rosa. Então tudo isso é mais uma medida da prefeitura para assegurar o lucro
das empresas de transporte de Feira de Santana, Rosa e São João, e jogando a
conta no colo da classe trabalhadora”.
Antônio Rosevaldo Ferreira, professor da UEFS e diretor da Adufs,
também contesta os cálculos que servem de base para a elaboração do reajuste.
Em texto publicado no site Digaí Feira o docente argumenta que é preciso
reavaliar a planilha de 2014, na qual estão sendo aplicados os reajustes
sucessivos até este ano: “O Índice de passageiros por quilômetros está sendo
mantido com o mesmo valor de 2014, o que nos deixa dúvidas se ele permanece
assim. A falta de transparência da prefeitura e das empresas concessionárias
nos leva a duvidar antes de aceitar o valor. Também não podemos aceitar alguns
itens presentes, por exemplo, os valores de Depreciação e Remuneração do
Capital, constantes na planilha que operavam com ônibus novos, o que contempla
valores maiores na composição da tarifa. Estamos há dez anos da concessão e
nenhum ônibus novo foi incorporado na frota, ou seja, existe superestimação de
valores, que precisam ser revistos, beneficiando os usuários do sistema. Também
existe supervalorização de outros custos operacionais, tais como óleo diesel e
pneu, bem como o maior custo de composição tarifária, os salários pagos”.
Para o docente, é preciso acionar os órgãos competentes para que haja
um análise apurada dos dados que implicam no reajuste: “Para alterar valores
significativos teria de se revisar a planilha elaborada em 2014 e não aplicar
sucessivamente reajustes, principalmente porque os custos estão deveras
supervalorizados”.
O descaso com a população é uma marca do governo de José Ronaldo e
seus aliadas(os) que se estende há mais de 20 anos no município por meio de
gestões que não se comprometem com a melhora da qualidade de vida,
principalmente, nas áreas de educação, saúde e mobilidade urbana.
Durante o mês de janeiro a sede da Adufs funcionará em horário especial, das 08h às 13h.
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