Adufs participa de Aula Magna da UEFS que discutiu genocídio na Palestina e no Brasil

27/08/2024

A professora Valdilene Gondim, diretora da Adufs, representou a seção sindical do Andes-SN na mesa de abertura da Aula Magna do semestre 2024.2 da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), realizada na segunda-feira, 26 de agosto. Com o tema “Do genocídio palestino ao genocídio da população negra no Brasil: as armas de Israel matam jovens na Palestina e no Brasil”, sugerido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), o palestrante convidado foi o professor Bruno Huberman.


Na mesa, a professora Valdilene Gondim reforçou a importância de não sermos indiferentes aos gritos dos excluídos que ocorrem em todo o mundo, destacando a necessidade de seguirmos por um caminho baseado em humanismo, justiça e equidade, do contrário, seguiremos repetindo capítulos nefastos da nossa história: “No Brasil, o genocídio não é coisa nova. Basta lembrarmos do extermínio dos povos indígenas, no tempo da colonização portuguesa e também nos tempos atuais com a falta dos direitos das populações indígenas, ainda restante no país”, afirmou.

A diretora da Adufs destacou ainda a situação da população negra através de dados sobre a violência: De acordo com o Atlas da Violência 2021, nos últimos anos, a taxa de violência letal contra pessoas negras foi de 162%, maior que entre pessoas não-negras. Este dado se refere principalmente a jovens homens entre 15 e 19 anos. Os negros são politicamente marcados para morrer”.

Durante a fala da professora Valdilene Gondim, docentes mostraram mensagens da Campanha Salarial, que justifica a necessidade de recomposição salarial para a categoria. A pergunta segue ecoando nos corredores da universidade e ganha cada vez mais urgência: "E aí, governador Jerônimo, vai ter greve?".

A campanha segue em ritmo crescente diante das propostas que vem sendo apresentadas pelo governo que ainda são insuficientes para repor as perdas que a categoria acumulou nos últimos anos. A análise da nova proposta colocada na mesa de negociação realizada nesta segunda-feira, 26 de agosto, será discutida pela Assembleia da Adufs nesta quinta-feira, 29 de agosto, às 16h45, na Sala 01 da Pós-graduação de Educação e Letras, localizada atrás do Módulo 2.

 

Aula Magna

O professor Bruno Huberman, palestrante convidado, é docente curso de relações internacionais da PUC-SP, vice-líder do Grupo de Estudos de Conflitos Internacionais (GECI) e integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT/INEU).

Durante a palestra, o professor mostrou como são complexas as relações estabelecidas pelo mundo com Israel, os significados das lutas que são travadas historicamente e que promovem um genocídio contra o povo palestino. Logo no início ele fez questão de destacar que, apesar das críticas recebidas ao tratar o massacre promovido em Gaza como genocídio, não há dúvidas por parte dos órgãos internacionais que a desproporcionalidade de forças utilizadas no combate deve ser denominada como tal e que este não é um fenômeno novo. Ao longo da história, em nome do poder, foram cometidos diversos genocídios.

Em relação à população negra, Bruno Huberman fez uma análise da matança de negras e negros no território nacional com autorização das instituições políticas e jurídicas e das relações estabelecidas pelo governo do Estado com as autoridades israelenses na compra de material bélico, o que só aumenta o controle social por meio do aumento da violência, majoritariamente, contra a população negra.

Ao instrumentalizar os agentes de segurança para o aumento da violência, o Estado nega a esta população o direito à sobrevivência, além de legitimar as estratégias utilizadas para a promoção do genocídio que se difere no formato dos que estão ocorrendo em outros locais do mundo, mas na prática se configuram como o ataque deliberado e desproporcional às populações vulnerabilizadas, seja por questões étnicas, raciais e/ou culturais.

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