Governo desconsidera nova proposta do MD e Fórum das ADs indica avaliação da deflagração da greve
21/05/2013
Mesmo o Movimento Docente (MD) tendo flexibilizado quanto a uma nova proposta visando avançar na negociação, o governo, mais uma vez, demonstra pouco caso e responde ao Fórum das ADs com um lacônico e confuso documento, enviado às 19h da última sexta-feira (17), no qual, simplesmente, ignora a nova proposta da categoria, entregue no dia 10 de maio.
Na avaliação do Fórum das ADs, o comportamento traduz uma irresponsabilidade para com as Universidades Estaduais da Bahia (Ueba), uma vez que provoca um retrocesso nas negociações e pode gerar um impasse. Diante desse quadro, e seguindo com prudência, sem perder a firmeza e a coerência, o Fórum das ADs elaborou e protocolou junto à Coordenação de Ensino Superior (Codes), na terça-feira (20), um documento no qual alerta ao governo o prejuízo que pode causar à comunidade acadêmica, caso mantenha a postura autoritária e desrespeitosa, pois, no limite, e sem outra alternativa, a categoria poderá deflagrar, no início de junho, uma greve unificada nas quatro Ueba.
Ao solicitar a retomada das negociações e uma posição do governo frente à nova proposta, dando o prazo até o dia 3 de junho, os docentes estão assumindo uma atitude que traduz a preocupação em retomar o diálogo evitando, assim, que seja necessário interromper as atividades acadêmicas como forma de aumentar a pressão sobre o governo. Ressalte-se que a pauta foi protocolada em junho do ano passado e que as reuniões “técnicas” e as da Mesa Setorial vêm ocorrendo desde novembro de 2012. Além disso, nas primeiras reuniões foi anunciado que o reajuste linear corresponderia à reposição integral da inflação (5,84%), retroativo a janeiro, e que a incorporação do restante da CET (gratificação por Condições Especiais de Trabalho) poderia ocorrer ainda em 2013, de forma escalonada. O ponto de tensão, até então, era a reivindicação dos 28% de reajuste no salário-base, para a qual o governo acenou com 4% a partir de junho de 2014. O MD concordou que tal reajuste vigorasse a partir de 2014, mas ponderou que ele poderia ser antecipado com um índice de 14%, parcelado em duas vezes, sem prejuízo da reposição inflacionária de 2013.
Maturidade e parcimônia não faltaram ao MD. Mas, parece, falta ao governo seriedade e prioridade para com as Ueba, ao considerar que os baixos salários devem permanecer, como se isso, de algum modo, não viesse a comprometer a qualidade do trabalho acadêmico, principalmente se aliado à precarização das condições de trabalho, fruto dos parcos recursos destinados para essas instituições.
Além do documento solicitando o agendamento imediato de uma reunião da Mesa Setorial de Negociação, o Fórum das ADs indica o início do ESTADO DE GREVE já nas assembleias desta semana e, dia 4 de junho, a definição da data do início da greve em nova rodada de assembleia nas quatro Ueba. Também acontecerá uma Audiência Pública na Comissão de Educação, no dia 28 de maio, às 11h30, na Assembleia Legislativa, a pedido das entidades (ADs, DCEs e Sintest). Na ocasião, será debatido o tema Financiamento e Autonomia nas Ueba, também como atividade do Dia Nacional de Luta do Setor das Iees, convocado pelo Andes-SN.
Outras ações para reforçar a mobilização também foram indicadas, a exemplo da distribuição de uma carta à comunidade, esclarecendo a situação atual das Ueba e da campanha salarial dos docentes, mais a intensificação da campanha de mídia com spots em rádios e outdoors onde funcionam os campi.
Na Uefs, a assembleia para avaliar a negociação e os indicativos do Fórum das ADs está convocada para esta quinta-feira (23), às 16h30, no Auditório 3 do Módulo IV. A diretoria da Adufs reitera a importância da ampliação do debate sobre a situação e da participação nas deliberações da categoria.