Fórum das ADs intensifica lutas cumprindo ampla agenda política em dia de Audiência Pública, visita à SEC e Reunião com Fórum de Reitoras/es
05/04/2024
Nesta
quarta-feira (3), o Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais
da Bahia (FAD) realizou uma importante agenda política que sinaliza para o
momento determinante de intensificação das lutas ainda no primeiro semestre de 2024.
Logo pela manhã, o FAD participou de Audiência Pública realizada na Assembleia
Legislativa da Bahia (ALBA), em Salvador. Na sequência, enquanto parte do grupo
protocolava um documento na Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC),
com a solicitação de uma reunião em caráter de urgência com a pasta, outras/os
integrantes discutiam a pauta da categoria no encontro com o Fórum de
Reitoras/es, realizado na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Foram atividades
que cumprem importantes papéis nas vertentes que o FAD tem explorado para ter
atendidas as reivindicações da Pauta
2024.
Audiência Pública na ALBA
Logo pela manhã,
na Audiência Pública realizada pela Comissão de
Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público com o tema “A
importância do concurso público no processo educacional da Bahia”, foi
destacado o grave problema que as universidades estaduais vem enfrentando, não
apenas pela falta de concurso público e não convocação da totalidade das/dos
aprovadas/os, que comprometem as atividades de ensino, pesquisa e extensão, mas
também pelo outros elementos que compõem o intenso processo de precarização da
carreira docente, como ataques aos direitos conquistados e perdas salariais que
ultrapassam 40%.
A participação
do FAD nas atividades legislativas é de suma importância para a promoção do
debate público sobre questões relativas às universidades estaduais, ampliando o
alcance da voz do Movimento Docente para diferentes instâncias do poder, além
de enfatizar a responsabilidade das e dos parlamentares acerca das
instituições. Afinal, ações que podem ser executadas para barrar o processo de
sucateamento, como ampliação do orçamento e do percentual da Receita Líquida de
Impostos (RLI) destinado às universidades podem ser orquestradas pelo
legislativo, mesmo à revelia do governo do Estado.
Reunião imediata com a SEC
Na sequência da
participação na Audiência, no período da tarde, representantes do Fórum das ADs
seguiram para a SEC, onde protocolaram novamente os quatro eixos presentes na
Pauta de Reivindicações 2024 junto à solicitação de uma reunião, em caráter de
urgência, com a representação da pasta que está, neste momento, sob a gestão da
secretária de Educação, Adélia Pinheiro.
Apesar das
recorrentes tentativas por parte do Fórum das ADs, o governo do Estado tem se
mostrado intransigente quanto ao avanço da negociação, a ponto de sequer
apresentar propostas a serem levadas para as assembleias, apesar do governador
Jerônimo Rodrigues, quando ainda era candidato ao cargo, ter assumido o
compromisso de discutir as demandas do Movimento Docente. A última reunião
realizada entre representantes do governo e o Fórum das ADs ocorreu em setembro
de 2023, sem qualquer avanço nos poucos pontos discutidos, além de novos
impasses terem sido colocados pelo governo e diversas negativas.
Leia
aqui sobre a última reunião realizada com o governo.
Embora a
categoria esteja vinculada especificamente à SEC, as poucas reuniões que
ocorreram foram mediadas pela Superintendência
de Recursos Humanos da Secretaria de Administração (SAEB). Mesmo considerando a
importância da pasta nos pleitos da categoria, o Fórum das ADs avalia que o
diálogo direto com a secretária de Educação, Adélia Rodrigues, é imprescindível
e urgente para fazer avançar a negoicação diante de um quadro que se torna cada
dia mais insustentável.
Reunião com
o Fórum de Reitoras e Reitores
Em paralelo à
ação realizada na SEC, outras/os representantes do FAD estiveram na reunião
convocada pelo Fórum de Reitoras e Reitores, para diálogo sobre as reivindicações
do MD. Estavam presentes na reunião realizada Na Reitoria da UEFS, a reitora da
instituição, Amali Mussi, que neste momento assume a presidência do Fórum; a
reitora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Adriana Marmori; o reitor da
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Alessandro Fernandes; e o reitor da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Luiz Otávio de Magalhães.
Além de integrantes das Associações Docentes (Adufs, Adusb, Adusc e Aduneb),
participaram ainda representantes da Regional Nordeste III do Andes-SN.
A partir da
exposição do Fórum das ADs que reafirmou a indisposição do governo em iniciar
um processo de negociação com a categoria, o Fórum de Reitoras e Reitores,
ciente que o Movimento Docente não blefa, considerou a necessidade de também
solicitar ao governo que reabra a negociação com o movimento. Mesmo com a
proposição apresentada pelo Fórum de Reitoras e Reitores, o FAD destacou que a
sua agenda de intensificação das lutas está mantida e que restará ao governo
sair da inércia.
É importante
ressaltar que o Fórum de Reitoras/es solicitou permissão para intermediar esta
tentativa de negociação com o governo. Na reunião, houve por parte das
reitorias reforço no acordo com nossa pauta e compromisso de publicizar posição
indicando a necessidade de que o Governo negocie.
Busca por diálogo
Historicamente,
o Fórum das ADs tem enfatizado seu compromisso em manter o diálogo com o
Governo do Estado como ação primordial do movimento. Somente neste último ano,
esta movimentação pode ser comprovada pelas recorrentes tentativas de reunião
de negociações diretas com representantes do governo, muitas delas desmarcadas
pela gestão em cima da hora; protocolos da pauta em diversas secretarias de
Estado; visitas à Assembleia Legislativa; reuniões com Fórum de Reitoras e
Reitores e busca incessante pela criação de uma mesa permanente de negociação.
Apesar disso, o Governo do Estado tem deliberadamente ignorado as
reivindicações, o que impõe ao MD a necessidade de ampliação da radicalização
das ações.
Falta vontade
política! Se por um lado, estamos lidando com políticas de desinvestimento e
arrocho que empurram as universidades estaduais para um quadro de inanição
financeira, em que até o orçamento aprovado não pode ser executado; por outro
lado, os números referentes à situação fiscal do Estado apontam para um quadro
favorável, inclusive, para o reajuste salarial de servidoras e servidores
públicos, como aponta o relatório apresentado pelo Instituto dos Auditores
Fiscais (IAF-BA). Segundo o estudo, o Estado da Bahia apresentou forte
recuperação da arrecadação do ICMS no primeiro bimestre de 2024, na comparação
com igual período do ano passado, crescendo 22,32%, em valores nominais, mais
de R$ 1,2 bilhão de incremento.
Leia aqui a publicação do Instituto dos
Auditores Fiscais.
Independência e Autonomia
Apesar do seu
compromisso de total disponibilidade para estabelecimento de diálogo a qualquer
momento que for solicitado, o Fórum das ADs reforça sua disposição para a
radicalização do Movimento Docente ainda no primeiro semestre de 2024, como
aprovado nas assembleias das quatro ADs, diante de um governo que reproduz
práticas autoritárias, virando as costas para as universidades estaduais da
Bahia e o funcionalismo público.
É importante
lembrar que, o governador Jerônimo Rodrigues e a secretária de Educação Adélia
Pinheiro, que são professor e professora de universidades estaduais baianas,
conhecem à exaustão a Pauta de Reivindicações do Movimento Docente, mas têm
feito a opção de dar continuidade ao processo de sucateamento das instituições.
Logo, a responsabilidade de uma possível greve da categoria cabe inteiramente
ao governador e à secretária.
A orientação
para as Associações Docentes neste momento é de realização de uma rodada de
Assembleias com perspectiva de paralisação das atividades acadêmicas no próximo
dia 18 de abril, junto ao Fórum Baiano em Defesa do Serviço Público e Entidades
Representantes que reúne a pauta comum entre diversas categorias do
funcionalismo público. Até o dia 12 de abril, todas as ADs terão as respostas
da sua base para este início de ciclo que será de avanço substancial na intensificação
das lutas.
O FAD já projeta
a discussão do Indicativo de greve a ser enviado para as assembleias após a
atividade do dia 18 de abril. Também aprovado nas quatro assembleias o ponto
central do momento é a pauta salarial, com as seguintes condições: a) que o
governo responda sobre uma agenda de recomposição das perdas dos últimos 09
anos e, b) que se comprometa com a restituição da inflação ano à ano.