A cada 24 horas, quatro mulheres são vítimas de feminicídio no Brasil

08/03/2024

No ano de 2023, o Brasil registrou um total de 1.463 homicídios, segundo o relatório publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O número representou um aumento da taxa de homicídios em 18 estados do país. É o maior número registrado desde a implementação da lei de feminicídio criada em 2015. Na Bahia, quase 130 homicídios foram registrados também em 2023.  O estado já havia liderado o ranking de feminicídios na região Nordeste, com 91 registros, em 2022. Mulheres negras continuam sendo a maior parte das vítimas. Por que os números seguem aumentando?

Muitos fatores devem ser analisados para compreender este cenário, mas nos chama particular atenção a falta de investimento público para a ampliação da segurança.  Na Bahia, existem somente 15 delegacias especializadas (Deam) em todo o território, o que se mostra insuficiente para atender a demanda crescente. Sem proteção ou com proteção parcial, as mulheres ficam ainda mais vulneráveis, principalmente, porque, como costuma apontar os movimentos de mulheres, o feminicídio é um crime com assinatura.

As pesquisas apontam que eles acontecem, em maioria, dentro dos próprios lares ou a partir de pessoas do convívio íntimo. Grande parte deles, cometidos pelos próprios companheiros ou ex-companheiros. Nos últimos anos temos acompanhado ainda um modelo de violência extensivo que é letal também para pessoas do entorno, mães, irmãos e, sobretudo, filhos.

O combate ao feminicídio é sem dúvida complexo e multidisciplinar, enfrentar esta prática envolve a necessidade de ampliação de políticas públicas de segurança e combate ao machismo e misoginia por meio de investimento em educação para a equidade e justiça, para interromper este ciclo violento e letal que ganha maiores proporções anualmente.

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