Fórum das ADs protocola Pauta de Reivindicações 2024 diante de Nota Técnica que reforça o descaso do governo com a categoria
01/02/2024
Na segunda-feira, 29,
representantes das Associações Docentes das
Universidades Estaduais da Bahia e da Regional Nordeste III do Andes-SN
protocolaram a Pauta
de Reivindicações 2024 do movimento docente.
Quatro eixos estão na centralidade das reivindicações: Orçamento,
Direitos, Autonomia e Salário. Diante das perdas salariais que já se aproximam de
50% acumuladas nos últimos nove anos, a pauta salarial se destaca na tentativa
de diminuir os prejuízos para a carreira docente.
A ação de protocolar a pauta,
que já havia sido realizada no final de 2023, enfatiza a busca constante do
movimento pelo diálogo com o Governo do Estado. Confira no vídeo o depoimento
do coordenador do Fórum das ADs, Elson Moura, que reforça ainda a necessidade
do governador, Jerônimo Rodrigues, assumir um compromisso com o MD para que os danos
sejam reduzidos.
Em Nota Técnica divulgada pelo
governo do Estado no último dia 24 de janeiro, o descaso com a pauta docente
foi evidenciado. Sem abordar os pontos reivindicados no documento que já é de
conhecimento da atual gestão, desde que Jerônimo Rodrigues ainda era candidato, o Governo apresenta dados gerais
sobre a situação das Universidades Estaduais da Bahia sem esclarecer quais
medidas devem ser tomadas para atender às reivindicações
do Movimento Docente.
Boa parte dos dados
apresentados ainda são colocados como “não encaminhada formalmente” num
processo evidente de transferência de responsabilidade para as instituições e suas categorias. Sem destacar o
empenho político que vem sendo engendrado pelos movimentos docentes e discentes
para melhorar a situação nas instituições, a Nota é um emaranhado de números
que não reflete a realidade de falta de diálogo
do governo com as categorias resultando em
perdas significativas para trabalhadoras (es), estudantes e toda a população
baiana.
Os números relativos aos
concursos omitem o empenho político da greve dos estudantes da UEFS que durou
cerca de 40 dias e teve como mote principal a falta de docentes que comprometem
a formação, além de sobrecarregar a categoria docente. A divulgação da lista de
concursos, bem como a quantidade de vagas ofertadas, foi o resultado evidente
da pressão desenvolvida pelo movimento estudantil no período grevista.
Além disso, ao apresentar dados
sobre processos em andamento, o governo esconde que tem barrado voluntariamente
a alteração de regime de trabalho para DE por exigir que o Movimento Docente
acate alterações do Estatuto do Magistério Superior que em nada
beneficiam a categoria, pelo contrário, somente retiram mais direitos. Esta
ação acontece mesmo o Movimento Docente tendo conseguido vitória unânime na
justiça que garantiu a manutenção do Estatuto.
A Nota do Governo apenas
confirma que a situação de precariedade das instituições e as perdas acumuladas
pelas categorias dos docentes, técnicas (os) e analistas é fruto da
intransigência de um governo que repete ações de seus antecessores ao não
priorizar as instituições públicas de ensino superior.
Como afirmado pelo coordenador
do Fórum das ADs, Elson Moura, após ter protocolado a Pauta de Reivindicações
2024; a intensificação do MD é uma alternativa
diante da falta de diálogo do governo, apesar das constantes tentativas de
negociação por parte do movimento. Nesta perspectiva, o horizonte é de
construção de ações para aumentar a pressão sobre o governo.