Assembleia da Adufs aprova Moção de Apoio à Greve das (os) estudantes da UEFS

17/10/2023

As (os) professoras (es) reunidas (os) em assembleia realizada no dia 16 de outubro de 2023, deliberaram pelo apoio à Greve dos/as Estudantes da UEFS, deflagrada no último dia 06 de outubro em uma histórica assembleia com mais de 1.700 estudantes. A mobilização estudantil, com greve, tornou-se de suma importância frente ao quadro de precariedade relatada nos diversos momentos por representantes dos diversos cursos de Graduação. Na pauta de reivindicações, encontra-se a reposição por convocação e concurso público de todo o quadro efetivo de docentes; reformulação e reajuste imediato do Programa “Mais Futuro”; ampliação da permanência estudantil, através do 1% da RLI; recomposição e ampliação do orçamento universitário para 7% da RLI.

 

Reiteramos que as circunstâncias em que se encontram as Universidades Estaduais da Bahia são fruto do descaso com o qual sucessivos governos vêm tratando a educação pública superior baiana, com destaque para os últimos 16 anos em que o Partido dos Trabalhadores (PT) esteve à frente do governo do Estado. Estamos acompanhando a continuidade desta história, desta vez, com Jerônimo Rodrigues, professor da UEFS, que se nega a avançar no diálogo com as categorias, ataca direitos e não atende demandas básicas para melhorar o acesso e a permanência de estudantes. A greve estudantil nada mais é do que o resultado de insatisfações que vêm se acumulando e atualmente comprometem significativamente o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Portanto, a responsabilidade da greve recai diretamente sobre o governo do estado que não atende as demandas das (os) discentes e dos docentes.

 

É importante ressaltar que, na esteira dos ataques às categorias, a Administração Central da UEFS assumiu uma postura vexatória ao criminalizar o movimento estudantil, quando em nota divulgada no último dia 11 de outubro de 2023, não apenas se revestiu de inverdades para deslegitimar a ação das (os) estudantes, como também nominou de “invasão” a ocupação pacífica que vem ocorrendo nas dependências do prédio da Reitoria. A atitude da Administração Central foi fortemente repudiada, e por unanimidade, pela Assembleia Adufs que considerou a nota incompatível como uma gestão que se afirma defensora da UEFS frente ao sucateamento da educação e do funcionalismo público.


Diante das questões complexas inerentes à um processo de radicalização das mobilizações, como é uma greve, incentivamos que as negociações ocorram de forma célere, mas respeitando as categorias envolvidas e as demandas apresentadas, com a devida escuta ativa que leve em consideração todas as consequências envolvidas no processo para a comunidade acadêmica como um todo.

 

Aproveitamos o ensejo para indicar a importância da participação das (os) docentes nas atividades promovidas pelo comando de greve, assim como contribuir na divulgação das atividades realizadas pelo calendário. Reafirmamos nossa posição histórica de apoio às lutas em defesa da universidade pública, que passa pela autonomia universitária, reposição salarial, garantias de direitos, ampliação do Orçamento público para as universidades públicas e por uma consistente política de permanência estudantil. Vale ressaltar que essas pautas já foram objeto de negociação com os diferentes interlocutores do governo do Estado, em greves e mobilizações estudantis e docentes nos anos anteriores. No Movimento Docente, a mediação ocorre através do Fórum das Associações Docentes (FAD) que sistematiza os anseios da categoria apresentados nas respectivas assembleias das quatro universidades estaduais da Bahia.


Seguiremos firmes na luta pela defesa da universidade pública e pelos direitos dos/das trabalhadoras


Saudações sindicais!

 

ASSEMBLEIA DOS/AS DOCENTES DA ADUFS-BA

 

Feira de Santana, 16 de outubro de 2023.

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