Ataques da extrema-direita no segundo turno das Eleições 2022 fortaleceram a luta coletiva em defesa da democracia

13/06/2023

O cenário eleitoral de 2022 já se anunciava tenso diante dos ataques à democracia que foram orquestrados durante toda a gestão do governo Bolsonaro. Era presumível que um presidente genocida, anticiência, misógino, racista, fascista que impulsionou discurso de ódio durante todo o seu mandato e contribuiu significativamente com o avanço da extrema-direita, não iria deixar o cargo sem forte resistência.

 

Num contexto de disseminação de fake news e polarização social, o segundo turno das eleições presidenciais se transformou em um dos momentos históricos mais decisivos desde a mais recente redemocratização do país ocorrida na década de 1980. Seguindo a orientação do sindicato nacional, a Adufs defendeu a eleição do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva para defender a democracia contra a reeleição do candidato Jair Bolsonaro e, consequentemente, o avanço do fascismo no Brasil.

 

A defesa pela eleição de Lula para derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas veio acompanhado do manifesto legítimo da Associação pela saída imediata do presidente Bolsonaro com uma faixa colocada no pórtico da universidade. Esta manifestação foi suficiente para desencadear a sanha violenta e golpista de representantes da extrema-direita do município que reiteradas vezes retiraram a faixa do pórtico com ameaças às (aos) integrantes do sindicato. Vídeos nas mídias sociais incentivavam a invasão da universidade e o furto das faixas colocadas.

 

A invasão chegou a ocorrer na Reitoria e foi duramente repudiada pela Administração Central, com abertura de queixa contra os invasores. As intimidações continuaram, mas o sindicato resistiu fortemente com amplo apoio da base e da comunidade acadêmica.

 

Diversas campanhas foram realizadas neste período como colagem de cartazes pela universidade, plotagem de carros, adesivaço e distribuição de kit Fora Bolsonaro. Mais de 500 camisas foram distribuídas dentro da UEFS com os pedidos de Fora Bolsonaro e essa campanha também ganhou as ruas de Feira de Santana.

 

Comitê Antifascista

 

Completamente seguras (os) da necessidade de defesa da democracia, a resistência cresceu e a faixa que anteriormente era assinada apenas pela Adufs reuniu mais de 10 assinaturas de grupos da comunidade acadêmica e durante Reunião Ampliada realizada na UEFS com a participação de todas as entidades e da Administração Central foi instituído o Comitê Antifascista em Defesa das Liberdades Democráticas e da UEFS que reúne Adufs, Sintest e DCE na defesa intransigente pela democracia.

 

Com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas, apesar das tentativas criminosas de interferência no resultado das Eleições, o Tribunal Regional Eleitoral julgou improcedentes os cinco pedidos de retirada das faixas colocadas pela Adufs, confirmando o que vinha sendo defendido pelo sindicato através de sua assessoria jurídica. O Comitê Antifascista continua suas atividades vigilantes aos ataques antidemocráticos, ciente de que a vitória das urnas não apaga o movimento crescente na sociedade de avanço da extrema direita.

 

O combate ao fascismo, tema da Aula Magna do semestre 2023.1, foi indicação do referido Comitê. A indicação de nomes para a Aula Magna, costumeiramente, se dá a partir de um processo de rotatividade entre as entidades. Numa ação inédita, o Comitê Antifascista, que forma esta frente ampla com as entidades da comunidade acadêmica, fez a indicação que foi prontamente acatada pela Administração Central, num evidente entendimento coletivo da necessidade de profundas reflexões acerca do fascismo.

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