Adoecimento docente durante a pandemia foi tema de pesquisa apoiada pela Adufs
13/06/2023
Ainda em 2021, em parceria com o Núcleo de Epidemiologia da UEFS e o Núcleo de Saúde,
Educação, e Trabalho da UFRB (NSET), divulgou entre docentes a pesquisa sobre
condições de trabalho e vida durante a pandemia. A pesquisa foi realizada com o objetivo
de visibilizar as características do trabalho remoto exercido pelo docente no
contexto da pandemia da Covid-19 e avaliar os efeitos à saúde, com ênfase nas
alterações do sono, sobrecarga doméstica e saúde mental. Foram enviados
questionários aos professores de instituições particulares da Bahia, da
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e da UEFS. Em se tratando da
universidade de Feira de Santana, a coleta de dados ocorreu entre outubro de
2020 e fevereiro de 2021. Os dados apresentados no Boletim Epidemiológico
referem-se às respostas válidas de 395 professores ativos desta instituição.
Os resultados mostraram os impactos
negativos na saúde física e mental de servidoras e servidores, em tempos de
trabalho remoto. Houve prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) em 46,3%
dos entrevistados, 43,8% tiveram o sono gravemente alterado e 66,8%
queixaram-se de dores frequentes na coluna e dores musculares em membros
superiores.
A
categoria precisou aprender e adaptar-se às novas tecnologias para continuar as
atividades acadêmicas durante a pandemia e, na maioria das vezes, arcar com a
compra dos equipamentos e demais materiais necessários à sua execução. Aliado a
isso, muitos lares não dispunham de estrutura física para comportar as
atividades laborais, e nem internet com boa qualidade. Esses novos desafios
aumentaram o tempo dedicado ao trabalho e precarizaram ainda mais o trabalho
docente, interferindo negativamente na qualidade de vida. Muitas consequências
deste período reverberam ainda hoje, principalmente, na saúde mental da
comunidade acadêmica.