"Nas ruas e nas redes a luta continua", destaca diretor da Adufs durante Aula Magna sobre o combate ao fascismo
16/02/2023
Diretor Elson Moura (direita ) falou sobre a importância da coletividade no enfrentamento da maior ameaça golpista que vivemos nos últimos anos, com a possibilidade de continuação do governo Bolsonaro
A Aula Magna de terça-feira (14) foi um
importante momento para as entidades apresentarem suas bandeiras de lutas neste
ano que se inicia. Associação dos Docentes da UEFS, (Adufs), Diretório Central
dos Estudantes (DCE) e Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Terceiro Grau
(Sintest) apresentaram suas pautas e reforçaram a luta em defesa da democracia
e da universidade pública.
Pedro Henrique Lima, coordenador do Diretório
Central dos Estudantes, enfatizou a luta das (os) discentes com as exigências
colocadas pelo programa de permanência do governo do Estado, Mais Futuro, que
ampliou a exigência de números de disciplinas matriculadas por cada discente
como critério para manutenção da bolsa. O estudante reforçou que este é mais um
enfrentamento que o DCE assume na defesa pela melhor qualidade de permanência
para estudantes que recorrem às bolsas, muitas vezes, como única fonte de
renda. Já a diretora do Sintest, Daiana Alcântara, destacou a necessidade de
ampliação da valorização das mulheres como protagonistas nas lutas travadas
pelo sindicato e fora dele, chamando atenção para o fato da participação deste
grupo ser expressiva e decisiva para as conquistas da categoria de
trabalhadoras (es).
O diretor da Adufs, Elson Moura, fez uma
reflexão mais ampla sobre as lutas que já estão sendo travadas. Para começar,
evidenciou na presença do representante do governo do Estado que a categoria não
aceitará qualquer tipo de precarização das relações trabalhistas, em alusão à declaração
recente da secretária de Educação, Adélia Pinheiro, que sugeriu a criação de um
programa de professor voluntário para cobrir a falta de oferta de docentes na Educação
Básica. “Se não aceitamos a Reforma Administrativa no atacado, não a
aceitaremos no varejo. Professor voluntário é Reforma Administrativa no
varejo!”.
Para além das pautas individuais, Elson Moura
falou sobre a importância da coletividade no enfrentamento da maior ameaça
golpista que vivemos nos últimos anos, com a possibilidade de continuação do
governo Bolsonaro. Segundo o professor, a estratégia de coletivização desta
pauta democrática teve grande êxito no interior da universidade e fora dela. Além
disso, foi responsável por combater o avanço do fascismo dentro da UEFS, ainda
no período eleitoral, diante dos ataques sofridos pela comunidade acadêmica. A
partir deste momento, em que as entidades se uniram para enfrentar o golpismo,
surgiu o Comitê Antifascista diante da necessidade de seguir com a luta em
defesa da democracia, também dentro da UEFS “Nas ruas e nas redes a luta
continua”. Isso porque, sua análise mostrou que a complexidade deste
enfrentamento exige mais do que uma leitura rasa, elitista, preconceituosa e
conservadora acerca de quem são as pessoas, inclusive da classe trabalhadora,
que embarcaram neste projeto genocida e até onde vai o raio de atuação destes
grupos.
“Se a
realidade é complexa, a universidade e a ciência precisam fornecer-nos
elementos que nos ajudem a explicar rigorosamente esta complexidade. Se é
verdade que a verdade está no todo, ao nos ajudar a apanhar este todo,
ajuda-nos a universidade a conhecer a verdade. E ela, a verdade, tem uma
capacidade revolucionária”, já diria Vladimir Lênin. É o que temos para
o momento. Os pilares constitutivos da universidade – ensino, pesquisa e
extensão – para serem garantidores do que, assim, valida os objetivos sociais
da UEFS, precisam ser defendidos de forma coletiva, classista, autônoma,
independente, antirracista, antimachista, anticapacitista e antilgbtqia+fóbica.
Se organizar direitinho, contra quem grita para determinados fins: Deus, Pátria
e Família, gritaremos em resposta: Paz, Pão e Terra”, concluiu o professor
Elson Moura.
Mascaro (calça preta) mostrou como o paralelismo histórico evidencia
que a ameaça fascista não começou, nem se encerrou nas urnas