Recesso de final de ano é espaço para reflexão e renovação das forças para as lutas em 2023

20/12/2022

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O recesso de final de ano na Adufs será iniciado na próxima sexta-feira, 23 de dezembro. As atividades serão retomadas no dia 2 de janeiro de 2023. Neste período, todas as atividades estarão suspensas em decorrência das festas de fim de ano. A Adufs deseja boas festas para professoras, professores e toda a comunidade acadêmica. Que sejam dias de descanso, paz e saúde para celebrar a passagem de um ano que foi carregado de tensões e desafios.

 

O ano de 2022 foi marcado pela necessidade de formação de frentes em diversas lutas num curto intervalo: resistimos em defesa da saúde pública, por melhores condições de trabalho, pela ciência e, sobretudo, em defesa das liberdades democráticas em confrontos até mesmo dentro da universidade. Um ano de perdas irreparáveis diante de um governo negacionista que espalhou o desemprego, a fome e a miséria extrema. Segundo dados do IBGE, ao final do 2º trimestre de 2022, o número de trabalhadoras e trabalhadores desempregadas (os) no país ultrapassava 10 milhões. Já o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil apontou que 33,1 milhões de pessoas não têm garantido o que comer — o que representa 14 milhões de novas  ( os) brasileiras (os) em situação de fome. Além disso, o estudo aponta que mais de 58% da população convive com algum grau de insegurança alimentar.

 

O aumento da violência incentivado pelo discurso de ódio também foi uma marca deste governo fascista que disseminou racismo, homofobia, machismo e deu vazão para mais ataques às minorias. Estudo desenvolvido pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global mostrou que sob o governo Bolsonaro, a violência política e partidária teve um aumento de 400% no país, em 2022, e o número de feminicídios bateram recorde com a redução do repasse ao combate à violência contra as mulheres. O Brasil continua sendo o país que mais mata pessoas LGBTQIAP+. Além disso, dados do Instituto Sou da Paz mostram que taxa de homicídio de homens negros no Brasil é quase quatro vezes maior do que a de não negros.

 

A derrota de Jair Bolsonaro nas urnas, com imensa mobilização de entidades, movimentos sociais, sindicais e população em geral, foi um momento de reafirmação da importância das lutas coletivas em defesa da democracia. Apesar do grande significado do resultado das eleições presidenciais para as forças progressistas, é necessário dizer que a continuidade da resistência é fundamental para criar e assegurar condições dignas de sobrevivência para a classe trabalhadora. Os ideais fascistas não serão derrotados somente com a posse de um novo governo. Estas forças que insistem em permanecer nas ruas, aparelham órgãos de segurança e se escondem através de políticos partidários e seus projetos conservadores, precisam ser barradas através da resistência nas ruas, impedindo, assim, os retrocessos que virão também por meio de barganhas políticas.

 

Por este motivo que a Adufs, seguindo o encaminhamento do Andes – Sindicato Nacional, considerou de suma importância a defesa pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e se mobilizou para tanto, mas reafirma seu compromisso irrestrito com as pautas da classe trabalhadora, sendo oposição ferrenha a quaisquer gestoras (es) que se opuserem aos interesses progressistas. Entendemos que o momento agora é de manter a resistência para que as forças da extrema direita não voltem a dominar o cenário brasileiro, causando mais prejuízos irreparáveis à sociedade. Até por isso, será indispensável a cobrança acerca das promessas de campanhas colocadas pelo governo eleito no que se refere aos setores sociais fundamentais, como saúde, educação e direitos das minorias. Para 2023, seguimos firmes, na resistência inegociável, pelo bem-viver das trabalhadoras e dos trabalhadores.

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