Moção em repúdio à violência e ataques cometidos por grupos apoiadores de Bolsonaro

18/11/2022

A  Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs) repudia as diversas ações no país, grande parte delas criminosas, coordenadas por apoiadores do presidente. Lamentavelmente, episódios de violência e atos antidemocráticos, como os ocorridos na Uefs por conta de uma faixa colocada pelos diretores da Adufs com a mensagem Fora, Bolsonaro, são uma parte do maldito legado deixado pelo atual mandatário da nação, paladino de um discurso autoritário e que representa a ascensão da extrema-direita fascista e conservadora do país.  

 

Bolsonaro saiu derrotado das eleições presidenciais de 2022, mas o Brasil vive uma grave onda de violência. Ao longo da gestão de Bolsonaro, não faltaram manifestações machistas, racistas, discursos de ódio e em exaltação às práticas de tortura e assassinatos cometidos pela ditadura militar, varrida do país após muitas vidas serem ceifadas. Somam-se a essas falas, o genocídio dos negros e pobres, numa clara promoção de extermínio das minorias; ações pró-armas e atos deliberados contra as políticas ambientais, indígenas e sociais, os direitos dos LGBTQIAP+, a ciência e as instituições democráticas do país, inclusive com pedido de apoiadores do presidente de fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

As universidades públicas, celeiro de produção do conhecimento crítico, também foram alvo deste governo. Em âmbito federal, além de impor a inanição financeira dessas instituições, que somente no final de setembro foi penalizada pelo bloqueio de R$ 3 bilhões no orçamento do Ministério da Educação (MEC), Bolsonaro e seus apoiadores legitimam a violência para tentar sufocar a liberdade de manifestação sindical e do pensamento dos grupos que politicamente posicionam-se contrários ao atual governo. Sem respeito à pluralidade de expressão, muitas relações humanas beiram a perda da civilidade.

 

Mesmo sem a vitória nas urnas, o perigo que o bolsonarismo representa ao Brasil ainda é grande. A interdição de rodovias brasileiras e o acampamento em frente aos quartéis de diversos estados, liderados recentemente por apoiadores do presidente, sob a justificativa de suposta fraude na votação para as eleições presidenciais, requerem atenção da classe trabalhadora! O movimento questiona o processo eleitoral e flerta com um golpe das Forças Armadas para impedir a posse de Lula, eleito legítima e democraticamente, através do voto, para assumir a Nação em janeiro de 2023.

 

A lisura e transparência do sistema de votação eletrônico estão historicamente comprovadas e, mais recentemente, foram atestadas através de testes nas urnas e de relatórios feitos após auditorias. Não há mais espaço no arranjo social brasileiro fora do estabelecido pela democracia! Mas, preservá-la exigirá um enorme esforço do conjunto da classe trabalhadora. O Comitê Antifascista, em Defesa da Uefs e das Liberdades Democráticas, instituído no dia 26 de outubro, em reunião ampliada da comunidade universitária, exerce um papel fundamental no processo de reorganização das categorias que compõem a universidade e no fortalecimento da luta contra o fascismo. As (os) docentes da Uefs, conforme reafirmado em assembleia realizada no dia 10 de novembro, seguem firmes na defesa inegociável da democracia e da responsabilização política e jurídica daqueles que ameaçam o Estado Democrático de Direito. 

 

Fascistas não passarão!

 


Diretoria da Adufs

 Feira de Santana (Ba), 18 de novembro de 2022.

Leia Também