Derrota de Bolsonaro nas ruas é passo fundamental para derrotar Bolsonarismo nas ruas

01/11/2022

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O segundo turno das Eleições 2022 chegou ao fim no domingo (30) com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com mais de 60 milhões de votos para o cargo de presidente do Brasil. A eleição de Lula representa a construção de um capítulo fundamental na história da democracia, diante dos avanços da extrema-direita que se consolidou através do discurso e das ações do presidente Jair Bolsonaro.

 

O Bolsonarismo não sai derrotado destas eleições, pelo contrário, houve um importante avanço desta corrente por meio da eleição de diversos nomes que foram alçados à política partidária a partir do mandato de Bolsonaro, em 2018, compuseram seu governo e conseguiram se eleger para cargos de deputadas (os) e senadoras (es). As Assembleias Legislativas, o Congresso Nacional e o Senado mostraram uma tendência de crescimento desta corrente e os mandatos que têm início em 2023

 

Muito antes das eleições, as lutas em defesa da democracia já vinham sendo travadas nas ruas. O movimento docente, com sua pauta histórica em defesa da educação pública, desde o início do governo Bolsonaro se colocou nas frentes de resistência denunciando os inúmeros ataques à classe trabalhadora e à população mais pobre como um todo. Ao longo destes quatro anos, foram dezenas de mobilizações e articulações para conter o avanço da extrema direita. Já no período eleitoral, a necessidade de construção de uma frente ampla para impedir a reeleição de Jair Bolsonaro, inclusive, com apoio expresso à eleição de Lula.

 

Com a vitória nas urnas, apesar das inúmeras tentativas de golpe orquestradas pelo governo mesmo no dia do segundo turno, com as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), essencialmente no Nordeste, para impedir o acesso de eleitores aos seus locais de votação, temos pela frente outros desafios para conter o Bolsonarismo; por isso, seguiremos mobilizadas (os) nas ruas. As manifestações de caminhoneiros que acontecem em diversos pontos do país apontam para os movimentos que devem ser inflados com a derrota do atual presidente, inclusive, incentivada por parlamentares que se opõem ao resultado das eleições. O silêncio do presidente é o combustível que alimenta as (os) vencidas (os) que insistem num golpe para gerar instabilidade nas instituições, numa tentativa de impedir a posse do presidente eleito.

 

Apesar das manifestações nas estradas se mostrarem insuficientes para a concretização de um golpe como tanto sonham os bolsonaristas, as mobilizações acendem o alerta para as tentativas que se seguirão no pós-eleição com a insatisfação das (dos) apoiadoras (es) de Bolsonaro. O apoio para a eleição de Lula, de nenhuma forma significará desmobilização dos movimentos sociais e sindicatos na defesa da democracia e das instituições públicas.

 

Diante do quadro social de ampliação do desemprego, miséria e fome, ataques às minorias e total desvalorização da classe trabalhadora sob o governo Bolsonaro, as mobilizações devem continuar independentemente do governo eleito para que políticas sociais sejam implementadas para a melhoria das condições de vida das (os) mais vulneráveis. Portanto, celebramos enfaticamente a derrota de Bolsonaro nas urnas e seguiremos firmes nas ruas para derrotar o bolsonarismo e impedir o avanço da extrema-direita.

 

O discurso de ódio e as ações violentas que enquanto militantes temos enfrentado, inclusive dentro da universidade pública, mostram que a sanha antifascista seguirá sendo uma ameaça que exige ampliação das frentes de resistência, construção de estratégias coletivas e mobilizações frequentes. A construção do Comitê Antifascista da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)  é uma frente importante que deve funcionar como mola propulsora para desenvolvimento das ações. Em defesa da democracia, da classe trabalhadora e contra o antifascismo, seguiremos firmes e mobilizadas (os).

 

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