Caso Roberto Jefferson expressa resultado do estímulo ao porte de arma no Brasil

27/10/2022

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O caso Roberto Jefferson expôs características pitorescas do governo Bolsonaro: incentivo às armas, violência, abuso de poder. Segundo dados informados pelo Exército ao Correio Braziliense, no final de setembro, o número de brasileiros registrados como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs) no país por ano saltou de 32.970 registros, em 2017, para 198.640, em 2021. A região com maior concentração de registros de fuzis, entre todas as armas registradas pelos CACs, é a região que engloba o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, com 42.123 armas. Em seguida a região Norte, com exceção do Pará, onde os registros chegam a 20.162 armas, sendo 14.653 fuzis.

 

Além do número de pessoas com porte de armas, aumentou o número de armas e munições que cada pessoa pode ter. Em alguns casos, há permissões para cinco fuzis de cada modelo por pessoa. A gerente de advocacy do Instituto Igarapé, Michele dos Ramos, que pesquisa o tema da segurança pública no Brasil, salienta que o governo Bolsonaro ao mesmo tempo em que facilita o acesso às armas, desestimula a fiscalização pelo Exército, Polícia Federal e outros órgãos de controle.

 

A facilitação de aquisição de armas por meio dos CACs é uma manobra explícita e intimidadora utilizada pelo bolsonarismo para organizar e armar suas milícias. Estão obtendo um verdadeiro arsenal para dar sustentação ao projeto ditatorial de extrema direita no país. 

 

Fonte: CSP-CONLUTAS, com edição. 

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