Adufs suspenderá expediente nesta quinta-feira (28)
Em decorrência da suspensão do expediente na UEFS nesta quinta (28) e do feriado da Sexta-feira Santa, não haverá expediente na Adufs a partir de amanhã. Reabriremos no dia 01/04.
Proposta foi indicada em reunião ampliada entre trabalhadores e estudantes da Uefs
A unidade na luta em defesa da democracia, da
Uefs e do Estado Democrático de Direito foi defendida veementemente pelos representantes
dos servidores, discentes e da Administração Central, presentes à mesa da
reunião ampliada da comunidade acadêmica. Realizado quinta-feira (26), no
Canteiro Central da universidade, o encontro foi organizado em reação aos
reincidentes episódios de violência cometidos contra a instituição por grupos
de extrema-direita apoiadores do presidente da República. As agressões
aconteceram após a diretoria da Adufs pendurar uma faixa no pórtico do campus
com a mensagem Fora, Bolsonaro.
“No momento em que os apoiadores do governo
Bolsonaro rasgaram e arrancaram faixas colocadas no pórtico e invadiram a Reitoria,
coagindo uma servidora, já estava definido que ia ter luta! A universidade é um
espaço democrático de debate, de pluralidade de ideias. A democracia foi
conquistada com muita luta e deve ser respeitada! Não permitiremos retrocessos
autoritários. Nosso entendimento é que esses ataques não cessarão com o
resultado das eleições do próximo domingo. Portanto, estamos coletivizando a
luta e ampliando a pauta”, bradou Elson Moura, diretor da Adufs, presente à
mesa.
Além da articulação política, Elson Moura
também falou das ações jurídicas adotadas pela diretoria da Adufs para
responsabilizar criminalmente os envolvidos nos atos de violência na Uefs.
Falas dos presentes
Também estiveram presentes à mesa da reunião
ampliada da comunidade acadêmica, o secretário geral do Diretório Central dos
Estudantes da Uefs (DCE), Yuri Caetano, o reitor da Uefs, Evandro do
Nascimento, mais a diretora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do
Terceiro Grau (Sintest), Daiana Alcântara. Ao final das falas de cada um deles,
o espaço foi aberto à participação da plenária.
Yuri Caetano falou sobre os retrocessos
impostos pelo desgoverno de Bolsonaro, criticou a incitação deste à violência e
ressaltou que a retirada e corte das faixas na Uefs não agrediram somente a
Adufs, mas a todas as universidades públicas. “Durante os últimos anos, os
movimentos sociais, comunidades quilombolas, indígenas, periféricas e os filhos
da classe trabalhadora vêm sendo vitimados e com ataques ligados à violência
bélica. A maior expressão da nossa defesa e resposta é a organização. Não nos
acovardamos. Não temos medo do autoritarismo dos bolsonaristas. O dia 30 será
mais um momento para continuarmos nossa luta, pois ela se faz nas trincheiras
do cotidiano. “Temos lado: o da defesa da universidade pública”, disse o
estudante.
Em sua fala, Daiana Alcântara informou sobre a realização da assembleia do Sintest para a discussão da reunião ampliada, bem como para definir a participação da categoria nesta. A coordenadora também destacou a importância de unificar a luta em defesa da educação pública, atacada pelos governos Bolsonaro e Rui Costa. “Nós temos as nossas contradições, mas dentro delas a gente se fortalece e cresce. É nesse intuito, de garantir a nossa força na Uefs e a democracia, que a gente se une a essa luta. É muito mais do que dois candidatos disputando a eleição. Estamos aqui dizendo que é por este momento de poder falar, de poder dizer que estamos num espaço plural, diverso e democrático. O direito de dizer, ainda que a gente não concorde, é o que deve ser preservado”, disse a diretora do Sintest, acrescentando que "defendemos as eleições democráticas no dia 30 de outubro".
O reitor Evandro Nascimento fez uma análise histórica
das lutas populares do país em defesa da classe trabalhadora e comparou o
período atual no qual o país vive com a ditadura militar de 1964. Ao resgatar a
história das sublevações da classe trabalhadora, registrou a participação das
universidades públicas no processo de resistência e de redemocratização do
Brasil. “Foram nesses momentos da década de 60 que houve a possibilidade de,
através das lutas dos movimentos sociais e partidos políticos, refletir e
reverberar as reivindicações desses grupos para que o Estado servisse ao
interesse da classe trabalhadora. No plano das universidades, lutamos por
democracia, orçamento, ampliação de políticas e eleição para a escolha de
reitor. Mas, nos últimos oito anos, houve a ascensão de forças políticas da
direita que apostaram no retrocesso para ampliar seu usufruto da estrutura do
Estado, sobretudo o orçamento. Nesse momento político, as universidades
precisam reafirmar que são um locus
de debate e resistência e alertar a população sobre este quadro grave de
ataques a direitos, da perda de conquistas e da possibilidade de termos a perda
da liberdade de expressão. A luta de classes continua. Nesse momento, o importante é construir a unidade de todas as forças que estão dispostas a
defender o Estado Democrático de Direito e a democracia, porque garantida a
democracia. Se perdurar o autoritarismo das
forças ultraconservadoras, estaremos num processo de muito mais dificuldades
para travar as lutas mais profundas e significativas em defesa dos interesses
da classe trabalhadora. A universidade precisa colocar isso claramente; e este
encontro de hoje é mais uma etapa desse processo que não cessa”, analisou o
gestor.
A reunião ampliada da comunidade acadêmica foi o pontapé inicial para criar, na Uefs, o comitê antifascista, em defesa da instituição e das liberdades democráticas. O grupo, aberto à participação de trabalhadores e estudantes da universidade, foi instituído ao final deste encontro. A primeira reunião deste para discutir os próximos passos da luta deve acontecer após as eleições.
Abaixo, leia as matérias sobre os episódios de violência envolvendo grupos de extrema-direita apoiadores do presidente Bolsonaro.
https://www.adufsba.org.br/noticia/5169/comunicado-oficial--tentativa-de-intimidacao-com-retirada-de-faixa-fora-bolsonaro-sera-respondida-nas-ruas-e-nas-urnas
Em decorrência da suspensão do expediente na UEFS nesta quinta (28) e do feriado da Sexta-feira Santa, não haverá expediente na Adufs a partir de amanhã. Reabriremos no dia 01/04.
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