Empresas coagem trabalhadores a votar em Bolsonaro no segundo turno

19/10/2022

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Ameaças e chantagens acontecem de norte a sul do país, no campo e nas cidades. Coação eleitoral. Essa tem sido a prática de empresas bolsonaristas. São inúmeras as denúncias de chantagens e compra de votos por patrões, com ameaças de demissão caso Lula seja eleito. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), coagir, ameaçar ou prometer benefícios para que alguém vote em determinado candidato nas eleições configura-se crime de assédio eleitoral. O Ministério Público do Trabalho informou já ter registrado 173 denúncias nessas eleições de 2022 até dia 10 de outubro.

 

O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, Jorge Luiz Souto Maior, professor de Direito do Trabalho na USP (Universidade de São Paulo), alerta sobre a urgência de reprimir essa chantagem aos trabalhadores. Souto Maior aponta que essas chantagens são “reflexos da cultura escravista que insiste em estruturar as relações sociais no Brasil”. 

 

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves, defende a organização dos trabalhadores para garantir o direito ao voto secreto, sem chantagens. “É urgente que os trabalhadores se unam e se organizem contra a chantagem dos patrões. Lutaremos pela punição severa do empresário que ameace o trabalhador durante as eleições e pela estabilidade no emprego a todos os prejudicados”, afirma. Trabalhadoras e trabalhadores que se sentirem coagidos devem denunciar as empresas para suas entidades representativas de classe, os sindicatos. O anonimato da denúncia é garantido. Também é possível denunciar para a Ouvidoria do Ministério Público do Trabalho, Ouvidoria do Ministério Público Federal e as Procuradorias Regionais Eleitorais. 

 

Fonte: CSP-CONLUTAS, com edição.

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