Ato pró-democracia rechaça ataques de Bolsonaro ao processo eleitoral brasileiro e avanço da carestia

12/08/2022

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Manifestantes reforçaram a importância da unidade na luta contra Bolsonaro

Falas duras contra os questionamentos e as ameaças antidemocráticas de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro marcaram o ato público realizado em frente à Prefeitura de Feira de Santana, na quinta (11). Os manifestantes também destacaram que associada ao desemprego, à violência e aos cortes na saúde e educação, a carestia provocada pelo presidente avança e impõe aos brasileiros, principalmente aos mais pobres, um quadro generalizado de penúria.

 

Os ataques que tentam deslegitimar as eleições de 2022, por meio do uso das forças armadas, das fake news e da desinformação, e ameaçam as instituições e o estado democrático de direito, duramente conquistado pelas lutas populares, são o anúncio de um golpe. Os 21 anos de ditadura no Brasil - marcados por tortura, violência extrema, mortes, censura, ausência de direitos humanos, precarização do trabalho, corrupção, fragilidade da saúde e educação pública, entre outras mazelas trazidas pelos militares a partir do golpe de 1964 – devem ficar no passado. Permitir que Bolsonaro tumultue o processo eleitoral por medo de derrota nas urnas e da possibilidade de ser preso por conta das denúncias que envolvem o seu mandato é um grande prejuízo à história. Retrocessos autoritários não podem ser tolerados, conforme reforçado nas falas dos que se manifestaram.

 

Diante da urgência em dar respostas a mais essa investida autoritária, foi uníssono nas falas do protesto de quinta-feira (11) que o combate ao governo Bolsonaro deve vir das urnas e das ruas, através da luta classista e unificada. Para reforçar o compromisso coletivo, alguns dos presentes à manifestação leram a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!”, além do “Manifesto da Classe Trabalhadora”. O primeiro documento é uma iniciativa da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), diante dos recorrentes ataques do presidente contra as urnas eletrônicas. É inspirado na Carta aos Brasileiros, de agosto de 1977, que teve grande importância no enfrentamento do regime de exceção. O Manifesto, produzido pela CSP-CONLUTAS e pela Intersindical: instrumento de luta e organização da classe trabalhadora, também reforça o posicionamento contrário às ameaças golpistas do presidente e por eleições livres.

Outras pautas do protesto

A manifestação ainda exigiu a garantia de direitos sociais e repudiou o desemprego, a violência, principalmente contra negros, mulheres e pobres, a fome e os cortes na saúde e educação. O desinvestimento na educação, inclusive, deve inviabilizar o funcionamento de diversas instituições federais de ensino, como é o caso de 17 universidades, que correm o risco de ter de parar as atividades a partir de setembro.

 

O aumento da insegurança alimentar também preocupa. Um levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), divulgado este ano, mostra que a continuidade do desmonte de políticas públicas, o aumento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornou a insegurança alimentar ainda mais presente entre as famílias brasileiras. Conforme a pesquisa, o número de domicílios com pessoas passando fome saltou de 19,1 milhões, em 2020, para 33,1 milhões, no ano de 2021. Ao mesmo tempo, a renda média do trabalhador caiu 5,1% em 12 meses. No mesmo período, o preço da cesta básica aumentou até 26,46%.

 

Ainda foram defendidas, de forma veemente, que além da derrota do governo Bolsonaro é necessária a derrota do bolsonarismo, que simbolizam um sistema machista, misógino, racista e LGBTQIAP+fóbico.

 

Pautas locais

O protesto de quinta-feira (11) foi espaço para reivindicação das pautas das categorias junto ao governador Rui Costa e ao prefeito Colbert Martins. Tanto em nível estadual quanto em nível municipal, são constantes a retirada de direitos garantidos por lei aos trabalhadores, a exemplo da reposição inflacionária; e o uso da força policial para repressão às mobilizações históricas em defesa da carreira.


A manifestação em frente à Prefeitura fez parte do Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro: em defesa da democracia e por eleições livres, direitos sociais, contra a violência, o desemprego e a fome, realizado em todo o país. Em Feira de Santana, o protesto foi organizado pelo Movimento Juntos pelo Brasil Contra o Fascismo em Feira de Santana. A diretoria da Adufs compõe o grupo e participa ativamente da construção e da realização das mobilizações por ele organizadas.


Veja fotos e vídeo do protesto no Facebook e no Instagram da Adufs. 

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