Bolsonaro insiste em mentiras sobre urnas eletrônicas e aumenta tom contra processo

20/07/2022

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A cada dia, Bolsonaro tem aumentado os ataques contra as urnas eletrônicas, para desacreditar o sistema de votação brasileiro. Sem apresentar nenhuma prova, o presidente de ultradireita insiste em divulgar mentiras e teorias conspiratórias, além de ameaçar que não irá reconhecer o resultado eleitoral caso não seja o vencedor. Na segunda-feira (18), o Palácio do Planalto convocou embaixadores estrangeiros para atacar o processo eleitoral do próprio país e repetir fake news de que teria havido fraude nas eleições de 2014 e 2018. Em sua ofensiva, o presidente de ultradireita tem contado com apoio de militares que são membros do alto escalão do governo e também de setores das Forças Armadas que têm feito pressão sobre o TSE. 

 

Atualmente, testes de integridade já são feitos no dia da eleição, com urnas selecionadas entre as 577 mil urnas disponíveis para a eleição geral. Elas são separadas e levadas aos Tribunais Regionais Eleitorais para simular votações com servidores da Justiça Eleitoral. Os funcionários votam em cédulas (votação paralela) de papel e depois numa urna eletrônica, com tudo gravado por câmeras, e os resultados são checados, entre cédula e o boletim de urna. Nunca foi registrado fraude nas urnas desde seu uso iniciado em 1996. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre mecanismos do TSE para proteger as eleições de “processos críticos”, como incidentes graves, falhas e desastres no sistema de votações, concluiu que até o momento não existem “riscos relevantes”, no âmbito da Justiça Eleitoral, à realização do pleito marcado para outubro. A constatação é resultado de uma terceira rodada da auditoria realizada pelo TCU.

 

As fake news de Bolsonaro e militares contra o processo eleitoral brasileiro se somam ao cenário de aumento da violência política no país, embalado pelos discursos de ódio e autoritários da ultradireita.

 

Partidos de oposição acionaram o STF (Supremo Tribunal Federal) para que o presidente seja investigado sob suspeita de crime contra as instituições democráticas. Na solicitação, os partidos afirmam que o mandatário não pode "usar do cargo de Presidente da República para subverter e atacar a ordem democrática, buscando criar verdadeiro caos no país e desestabilizar as instituições públicas". Para vários juristas, Bolsonaro cometeu crime passível de cassação e impeachment. Contudo, é improvável que essas ações prosperem, principalmente, com um Congresso dominado pelo Centrão.



 

Para a CSP-Conlutas, conforme resolução de sua Coordenação Nacional, as eleições estão sendo permanentemente ameaçadas por Bolsonaro, que vem fazendo dois movimentos. “Por um lado, tem política para ganhar votos com liberação de medidas econômicas, usando a máquina do governo para ver se consegue aumentar sua popularidade. Por outro, desenvolve uma campanha de que as urnas eletrônicas e a apuração das eleições não são confiáveis, criando um caldo de confusão que permita questionar o resultado eleitoral e ações autoritárias e golpistas, caso ele perca a votação”, afirma a resolução.

 

Fonte: CSP-CONLUTAS, com edição.

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