Aula Magna destaca a falta de investimento nas Ueba

12/03/2013

A luta dos professores, servidores técnicos e estudantes em prol de uma universidade pública e de qualidade, bem como a ampliação de políticas de assistência estudantil e a valorização da carreira polarizaram os discursos na abertura da Aula Magna da Uefs, na segunda-feira (11). As três categorias, que juntamente com a reitoria compuseram a mesa, denunciaram a política do governo Wagner de sucateamento das Ueba e abordaram a crise financeira nas instituições. A palestra que marcou o início do semestre letivo de 2013 foi proferida por Olívio Dutra,  ex-Ministro das Cidades, que falou sobre Mobilidade Urbana.

Durante a cerimônia, Caroline Vasconcelos, diretora da Adufs, acusou a proposta do governo para a reivindicação salarial de desrespeitosa, na medida em que propõe a incorporação do restante da gratificação em duas parcelas, sendo uma em novembro de 2013 e a outra somente um ano depois. Além disso, fere a isonomia prevista no Estatuto, ao propor aumento nos incentivos apenas para mestres e doutores, sem referir-se aos especialistas e aposentados.

“A conjuntura que se anuncia é tensa e exige de nós uma postura ativa. Desejo que todos levem o semestre com afinco e vigor para que as ações não fiquem apenas no âmbito da sala de aula, mas se revertam para os corredores e para as ruas”, disse.    

A necessidade de ampliação da política de assistência estudantil foi lembrada por Diego de Brito e Lima, membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE). “Apesar de a Uefs ser uma instituição pública, muitos alunos não têm condições de arcar com despesas como xérox e alimentação. As universidades precisam de mais verbas para a implantação de projetos e garantia das atividades acadêmicas”, acrescentou.

Como divulgado em nota oficial da reitoria, nos primeiros meses de 2013, a Uefs não conseguiu regularizar débitos contraídos no final do ano de 2012. O grande volume de recursos retidos pelo Tesouro Estadual e as dificuldades operacionais do novo Sistema de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan) interferem no pagamento de serviços e no funcionamento de projetos institucionais.

APOIO AO MEC

O Fórum de Reitores esteve no Ministério da Educação (MEC) para solicitar apoio à liberação de emendas parlamentares que destinam recursos federais da ordem de R$ 20 milhões às Universidades Estaduais da Bahia (Ueba), na última terça-feira (5).

Embora o ministro interino tenha afirmado que vai se empenhar para atender a solicitação, por outro lado, indicou que para ter acesso a recursos federais, as universidades devem preparar os projetos para pleitearem mais verbas junto ao MEC.

A questão do financiamento federal para as instituições de ensino superior estaduais muito está na pauta das discussões de reitores e do Movimento Docente (MD). A Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) lançou, na última quinta-feira (7), a Frente Parlamentar de Apoio às Universidades Públicas Estaduais e Municipais Brasileiras. A iniciativa defende que a União invista 10% do valor destinado por aluno/ano nas universidades federais para as instituições estaduais e municipais, o que representa um valor estimado de R$ 2 mil/ano para cada estudante matriculado no exercício anterior.

Para o Movimento Docente esta questão é muito delicada, pois, ao desviar do foco o governo estadual, pode-se estar reforçando o discurso oficial de que as universidades estaduais são “onerosas” e um “luxo”, desresponsabilizando-o da sua prerrogativa constitucional e política de garantir investimentos necessários à manutenção das instituições.

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