Estudantes organizam debate sobre assédios na Uefs

03/06/2022

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Os assédios contra discentes da Uefs foram abordados em uma roda de conversa na quinta-feira (2), no prédio da Reitoria. A atividade foi organizada pelo Diretório Central dos Estudantes da universidade (DCE), em função do aumento no número de queixas relacionadas a esse tipo de prática abusiva, principalmente com o retorno das atividades presenciais pós-pandemia, segundo coordenadores da entidade. A professora Ana Karen Oliveira Souza, lotada no Departamento de Saúde da instituição (Dsau), participou como debatedora.

 

Além de denunciar os casos à comunidade acadêmica, a proposta da categoria é esclarecer aos discentes como reagir diante da situação e cobrar da Administração Central uma resolução para o problema. A roda de conversa foi parte de uma agenda de atividades que será organizada a fim de aprofundar o debate sobre a pauta e definir ações continuadas. Conforme Ana Catarina Santana de Oliveira, membro da Coordenação da Assistência Estudantil do DCE, há queixas de alunos de variados cursos sobre assédios moral, sexual e bullyng. As denúncias foram resgatadas no Conselho de Entidades de Base (CEB) que empossou a nova gestão do DCE, na última segunda-feira (30), e constam em um relatório feito pela nova gestão. Ainda, segundo Ana Catarina Santana, outros casos já foram relatados à Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (Propaae).

 

O reitor Evandro do Nascimento, que juntamente com as pró-reitoras da Propaae, Sandra Nívia Soares, e da Graduação, Sílvia Passos, esteve à roda de conversa, informa que os setores e órgãos para as denúncias são os colegiados dos cursos, além da Ouvidoria da Uefs, através do email [email protected], e o Núcleo de Atenção Psicopedagógica da Propaae. Tem também o site da Ouvidoria Geral do Estado da Bahia, no endereço eletrônico http://www.ouvidoria.ba.gov.br. As denúncias que chegam à Administração Superior, conforme o reitor, passam por apuração e, constatado o assédio, são adotadas as medidas cabíveis, que envolvem advertência, suspensão ou até a perda do emprego. “Ao longo do tempo houve algumas denúncias. Foram instituídas comissões de sindicância. Tivemos casos de punição, com a suspensão do servidor por trinta dias”, informou Evandro do Nascimento.

 

A diretoria da Adufs é contra qualquer ação que cause danos ou viole a dignidade humana. Estudiosos na área da saúde alertam que vítimas de assédio são penalizadas por impactos gravíssimos na saúde, podendo desenvolver crises de depressão, estresse, ansiedade, flashbacks da agressão sofrida, ataques de pânico ou, até, tentativa de suicídio. Por isso, é importante quebrar o silêncio e denunciar aos órgãos competentes, não só para ajudar a proteger quem sofreu com este tipo de prática abusiva, como para prevenir que o agressor prejudique novas pessoas.

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