Governo corta R$ 3,2 bilhões do orçamento do MEC; Ensino superior terá corte de R$ 1 bilhão
01/06/2022
O governo de Jair Bolsonaro determinou um
corte de R$ 3,23 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC) de 2022.
A medida atinge todos os órgãos ligados à pasta, como institutos e
universidades federais, que sofrerão um corte de mais de R$ 1 bilhão, segundo a
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior
(Andifes). Os R$ 3,2 bilhões representam um bloqueio linear de 14,5% no orçamento
discricionário do MEC e unidades vinculadas, que somam R$ 22,2 bilhões. Os
recursos discricionários incluem despesas com funcionamento, obras,
terceirização, contratação de serviços e
assistência estudantil, por exemplo.
A justificativa para os cortes tem sido o
reajuste dos salários de todo o funcionalismo público federal em 5%. Para isso,
além da redução de repasses ao MEC, Bolsonaro disse que irá cortar entre R$ 8,2
bi a R$ 13,5 bilhões no orçamento-geral da União, para viabilizar o reajuste das
servidoras e dos servidores públicos federais. A tesoura vai atingir os
recursos dos ministérios da Ciência e Tecnologia e Saúde em, aproximadamente,
R$ 2,9 bilhões e R$ 2,5 bilhões, respectivamente. A defasagem salarial das
servidoras e dos servidores é bem maior do que os 5% divulgados pelo governo e
chega a 19,99%.
Além dos cortes, há a tentativa de privatizar
o ensino superior no Brasil com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206,
que pretende impor a cobrança de mensalidade nas universidades públicas
brasileiras. Para o professor Milton Pinheiro, professor em exercício do
ANDES-SN, é importante fortalecer a unidade de ação para responder aos ataques
que prejudicam as instituições. "O ANDES-SN está trabalhando em unidade de
ação com as entidades ligadas à educação e construindo uma jornada de lutas
bastante importante com algumas das nossas universidades já em greve, assim
como a base do Sinasefe que se encontra em greve. Estamos avançando nas
assembleias com essa perspectiva e, agora, com a questão dos cortes teremos,
evidentemente, uma resposta pela base da nossa categoria, constituindo um
enfrentamento bastante importante", completa.
Fonte: ANDES-SN, com edição.