Caoa Chery fecha as portas e deixa centenas de trabalhadores à mercê da crise
10/05/2022
A Caoa Chery comunicou ao Sindicato dos
Metalúrgicos de São José dos Campos que fechará a fábrica de Jacareí (SP) e
demitirá cerca de 480 trabalhadores. A decisão arbitrária pegou os metalúrgicos
de surpresa. Em reunião com o Sindicato, a direção da empresa informou que o
modelo Tiggo 3X, produzido na unidade sairá de linha, e os modelos Arrizo 6 e
Arrizo 6 Pro passarão a ser importados da China. Com isso, a empresa pretende
encerrar toda a produção de Jacareí. A alegação da fábrica é de que a unidade
do Vale do Paraíba passará por uma modernização para a produção de carros
elétricos, que começaria apenas em 2025.
Durante a reunião com a Caoa Chery, os dirigentes
sindicais reivindicaram a manutenção dos empregos na montadora enquanto durarem
as negociações com a entidade. Também propôs a concessão da licença-remunerada
a todos os trabalhadores no mês de maio e um layoff (suspensão temporária dos contratos) durante cinco meses, de
junho a outubro, com mais três meses de estabilidade. Horas depois da reunião,
a direção da empresa entrou em contato com o sindicato e informou que aceita a
proposta de layoff.
Como ocorre com outras multinacionais, a Caoa Chery se
instalou no Brasil recebendo isenções de impostos. Após explorar a mão de obra
local, com baixos salários e pouquíssimos direitos, quer fechar as portas e
deixar os trabalhadores à mercê da crise. Essa não é a primeira montadora que
anuncia o fechamento em meio ao avançado processo de desindustrialização pelo
qual passa o Brasil. O mesmo aconteceu com a Ford e a Toyota. Na região do Vale
do Paraíba, onde está a Caoa Chery, a LG, do setor de eletroeletrônicos, em
Taubaté, também fechou as portas no ano passado. A redução e enfraquecimento
cada vez maior do setor industrial no país é fruto da política imposta pelos
países imperialistas e as multinacionais, com a total conivência do governo de
Bolsonaro.
Fonte: CSP-CONLUTAS, com edição.