Enormes filas e desrespeito aos protocolos de segurança sanitária no RU expõem comunidade acadêmica a riscos

22/03/2022

A garantia de manutenção dos protocolos de segurança sanitária é um fator importante para a preservação da saúde de toda a comunidade acadêmica. Embora estejamos acompanhando um processo crescente de flexibilização do distanciamento e do uso da máscara facial no Brasil, o aumento do número de casos em outros países alerta para uma possível precipitação quanto ao afrouxamento das regras. Na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), com o retorno presencial das atividades acadêmicas, as longas filas que têm se formado para acesso ao Restaurante Universitário (RU) é motivo de preocupação.

Ainda no dia 1º de março, antes do retorno presencial, representações estudantis e alguns docentes reunidos já haviam se posicionado sobre a ampliação da demanda como as entradas de estudantes pelo Sistema de Seleção Unificada (SISU) que ocorreram durante o período de aulas remotas. Os/As estudantes emitiram uma nota coletiva pedindo esclarecimentos sobre o funcionamento do RU com o retorno à presencialidade. A nota que atenta para os perigos do contágio tanto no ambiente interno, quanto no externo, devido à quantidade de pessoas que aguardam para acesso ao restaurante, ressalta também que existem outros problemas, inclusive em relação à qualidade dos alimentos ofertados que precisam ser corrigidos independentemente do contexto pandêmico.


A Administração Central da Uefs, por sua vez, divulgou uma cartilha contendo informações detalhadas sobre o funcionamento do RU e orientações de segurança para diminuir o tempo de permanência nas áreas interna e externa, bem como incentivar o distanciamento e o processo contínuo de higienização das mãos. Além disso, na segunda-feira (21), a Assessoria de Comunicação da universidade divulgou a retomada das obras, ainda neste mês de março, para a ampliação do RU. Segundo a publicação, as obras não irão interferir no funcionamento do Restaurante e deve ser concluída em um prazo de 180 dias, com o aumento da capacidade de oferta do atendimento.


Apesar dos anúncios de obras e dos protocolos informados, para Pedro Henrique Lima, estudante do curso de geografia e membro da comissão gestora do Diretório Central dos Estudantes – que está em processo de organização para novas eleições – o RU, neste momento, não se configura como um espaço seguro: “Nesse retorno presencial muito foi falado sobre a questão da segurança, mas a verdade é que, na prática, não vemos isso. Muito menos no sentido de estratégias para a diminuição das filas e planejamento para se organizar com agilidade a distribuição dos alimentos.  Uma das coisas essenciais para esse retorno deveria se pensar como serão as filas, como reduzir elas, como conseguir pensar formas práticas e rápidas no sentido de planejamento para os estudantes não ficarem horas se expondo ao vírus e ao sol pós/pré-aula”, afirma.


O estudante informa ainda que faltam itens de higiene e demarcação dos espaços para promover um distanciamento mínimo: “As filas estão maiores do que nunca, não havia os sabonetes líquidos que tinham na primeira semana para higienização das mãos e as demarcações de assentos para segurança também já não existem”, explica o estudante, que acrescenta ainda  a importância do RU como espaço político conquistado através de luta do movimento discente e que deve ser assegurado, garantindo melhores condições de permanência para os/as estudantes. “O bandejão é uma conquista histórica da luta do movimento estudantil. É necessário defendermos e reivindicarmos essa pauta para que não se perca essa conquista mas, sim, consigamos, através da luta, melhorar sua estrutura, ampliar os números das cotas e manter o preço popular para todos!”, conclui.

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