Na próxima sexta-feira (17) haverá assembleias
15/12/2021
A diretoria da Adufs convocou duas
assembleias para sexta-feira (17). A primeira, às 17 horas, terá os seguintes pontos
de pauta: Informes do Jurídico e Campanha Salarial 2022. A segunda, às 18h30,
terá apenas o ponto Apreciação das Contas.
A pauta de reivindicação, que tem os salários como um dos pontos, será
protocolada junto ao governo estadual ainda neste ano. Os professores
receberão o link de acesso à sala virtual via email no dia das
assembleias.
A proposta para a pauta de reivindicação a
ser apreciada pela categoria nas assembleias das quatro universidades estaduais
baianas foi discutida pelo Fórum das ADs em reunião ocorrida terça-feira (14).
Após a decisão do coletivo dos docentes em cada uma dessas instituições, as
reivindicações serão organizadas em um documento unificado, a ser entregue
ao governo. Fruto de ampla discussão, a pauta demarca as bandeiras de luta
do ano seguinte.
2022 deve ser de luta!
O contexto de rebaixamento dos salários,
negação dos direitos trabalhistas e de investidas contra o serviço público por
parte dos governos federal e estadual indica um cenário de grandes embates em
2022, inclusive para a negociação da pauta docente. A decisão do governador da
Bahia em penalizar o servidor impõe a esses trabalhadores a maior perda
salarial dos últimos 30 anos! Conforme já denunciado pela Assessoria de
Comunicação da Adufs, se considerado janeiro de 2021 como data-base, é necessário
o reajuste de 37% aos salários para repor as perdas. Caso a referência seja o
mesmo mês de 2022, a previsão de ajuste sobe para 51,4%! A perda salarial
entre janeiro de 2015 e dezembro de 2020 e deste ano chega, respectivamente, a
27% e 34%. Os dados foram obtidos através do estudo elaborado
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos SócioEconômico
(Dieese) e pelo professor Gean Santana que, constantemente, auxilia o movimento
docente das universidades estaduais baianas no estudo dos cálculos relacionados
às pautas da categoria. Leia aqui.
Mesmo com as reiteradas cobranças dos
professores, Rui Costa e sua equipe não receberam o movimento docente durante o
ano de 2020. Ao longo deste ano, o Fórum das ADs tentou diversas vezes
reunir-se com representantes do governo para discutir a pauta e
reivindicar a reabertura da mesa de negociação permanente, um acordo da greve
interrompido pelos gestores de forma unilateral em 2019. Leia aqui.
Em fevereiro, após novo contato dos diretores
das associações docentes, anunciaram presenças no encontro apenas os
deputados Rosemberg Pinto (PT), líder do bloco da Maioria, e Fabíola Mansur
(PSB), presidente da comissão de educação da Assembleia Legislativa da Bahia
(AL-BA), mesmo após os professores insistirem na participação dos secretários
da Educação (SEC), Jerônimo Rodrigues, da Administração (Saeb), Edelvino Góes,
da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Adélia Pinheiro, do então
secretário das Relações Institucionais (Serin), Jonival Lucas Júnior. O
encontro, no entanto, foi cancelado pelos representantes do governo.
No final de julho do corrente ano, em reunião sobre a Reforma da Previdência, o superintendente de Recursos
Humanos da Saeb, Adriano Tambone, acenou para o movimento docente que marcaria
uma reunião com o novo Secretário da Serin, Luiz Carlos Caetano, e se
comprometeu a dar resposta à categoria, o que nunca aconteceu. No dia 19
de agosto, a coordenação do Fórum enviou ofício endereçado às secretarias
estaduais da Educação e da Administração reivindicando a retomada da mesa. As
associações seguem sem respostas.
Há alguns dias, o governador tentou transmitir aos baianos a imagem de gestor
que respeita os direitos do servidor e anunciou o envio, à Assembleia
Legislativa, de um projeto que reajusta em até 19% os salários desses
trabalhadores. A surpresa, pelo menos desta vez, não é desagradável, diferentemente
do que vinha ocorrendo no final de dezembro ou início de janeiro de cada ano,
quando o gestor retirou algum direito previsto em lei ou aprovou projeto
que reduz o poder de compra do funcionalismo. Leia aqui. Se considerado o
histórico do governador, a decisão seria, no mínimo, incompreensível. No
entanto, 2022 trata-se de um ano eleitoral.
A história do movimento docente das
universidades estaduais da Bahia revela que somente a luta é capaz de reverter
os ataques em curso pelos sucessivos governos. Diante do cenário político
atual, não resta alternativa aos docentes a não ser a resistência através da
mobilização.