Participantes do XIV Encontro dos Docentes defendem a radicalização das ações

30/11/2021

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Economista e professor da Uesb, Marcos Tavares, participou da abertura do Encontro.


A intensificação da luta com a radicalização das ações foi consenso em grande parte das falas dos participantes presentes à abertura do XIV Encontro dos Docentes das Universidades Estaduais da Bahia, ocorrida quarta-feira (24). Em seguida, houve a mesa sobre o tema "Análise de Conjuntura", ministrada por Marcos Tavares, economista e professor da Uesb.

 

A categoria entende que a radicalidade do movimento é a resposta à altura para o contexto atual, marcado por uma profunda crise política, econômica, social e sanitária, e que se projeta para o ano vindouro. A fala de Marcos Tavares, também vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN, sinaliza para este tenebroso cenário. Segundo o docente, que analisou a conjuntura nos âmbitos internacional e nacional, expandem-se no mundo estratégias de valorização do capital nos mercados financeiros. Em se tratando do Brasil, novos métodos de produção são adotados com o intuito de reduzir o custo da força de trabalho, resultando, para os trabalhadores, em flexibilização das relações trabalhistas e rebaixamento salarial. Ainda há a redução do papel do Estado. Todo o processo de reestruturação produtiva e reforma de Estado se contrapõe às conquistas que os trabalhadores obtiveram ao longo do século XX.

 

"O PIB brasileiro caiu em 2015 e 2016, recuperou-se nos anos de 2017, 2018 e 2019 e, em 2020, voltou a cair. É uma economia menor do que a de 2014, com uma população maior, taxas de desempregos mais elevadas e renda média de todas as fontes caindo. Para piorar, o governo federal iniciou um processo intenso da elevação da taxa de juros. Taxa de juros é um sinal da restrição do consumo, que já anda muito mal. O governo também não tem expectativa para o controle da inflação, que este ano deve passar de 10%, e nem para o crescimento da economia. Além disso, o país sofre instabilidade política e essa situação não atrai investidores. Todos os indicadores são muito ruins. São diversos os motivos para a economia não avançar em 2022. A situação exige um patamar superior de luta por parte dos trabalhadores", acrescentou, detalhando, o professor. 

 

Situação na Bahia não difere da do Brasil

Na Bahia, conforme informou o docente da Uesb, o governo também mostra que a prioridade não são os trabalhadores. Os dados apresentados por Marcos Tavares revelam haver, de um lado, um significativo comportamento de recuperação fiscal no Estado, mas, de outro, servidores públicos massacrados por salários defasados e direitos burlados.

 

Em sua fala, Tavares disse que no período de janeiro a setembro de 2020 e de 2021, houve uma variação na evolução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 28,6%. Se considerados todos os tributos estaduais, o crescimento foi de 25,10%, neste mesmo período. Já a despesa com pessoal do poder Executivo caiu de 45,48%, em 2015, para 36,91% este ano (até o mês de outubro). As informações têm como base pesquisas feitas pelo economista junto ao Conselho Monetário Nacional (CMN) e ao Portal Transparência Bahia.  

 

Quem abriu o XIV Encontro dos Docentes das Universidades Estaduais da Bahia foi a coordenadora do Fórum das ADs, Ronalda Barreto. Depois, vieram as falas da 1ª secretaria da Regional Nordeste III do ANDES-SN, Zózina Almeida, representante da Executiva Estadual da Conlutas/Bahia, Denise Carneiro, a integrante da Comissão organizadora da atividade, Sandra Ramos (Uesb), além da representante do Diretório Central dos Estudantes da Uesb, Eliane Pereira. 

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